É sempre a mesma coisa: cada vez que o New England Patriots, o time de Tom Brady, se aproxima da chance de disputar mais um Super Bowl, boa parte da imprensa dos Estados Unidos – principalmente a do estado de Massachusetts, terra natal da equipe – passa a falar sobre a importância do marido de Gisele Bündchen para o futebol americano e o esporte de maneira geral, e nunca deixa de mencionar um suposto plano que ele teria na manga para encerrar a carreira nos campos em grande estilo a fim de estrear com tudo em seu “novo capítulo” no universo da… política!
Há anos descrito como um potencial candidato à presidência dos EUA, Brady falou pela última vez sobre isso em 2015, em uma entrevista que deu para uma revista de lá. “Não sei… Nesse meio político você precisa lidar com metade da população te adorando e a outra metade te odiando”, o jogador disse na ocasião, meio que assumindo o gosto que tem por ser uma unanimidade mas sem deixar claro se toparia ou não eventualmente entrar na disputa pela Casa Branca.
Disciplinado ao extremo e considerado um líder nato por seus colegas no Patriots e até pelos adversários, Brady é formado em Ciências da Literatura e das Artes pela prestigiada Universidade de Michigan, na qual também se especializou em Negócios e Psicologia. Super interessado em questões econômicas, ele também tem no currículo uma rápida passagem pelo Merrill Lynch, entre os verões de 1998 e 1999, durante a qual foi assistente do chefe de corretagem do banco.
Daí para o comando do executivo da nação mais rica e influente do mundo certamente é um grande pulo, como lembrou recentemente a consultora Arianne Tidwell, de Boston, em uma entrevista para uma rádio da cidade americana onde Brady mora com Bündchen e os filhos. “Nem sempre um grande líder esportivo tem a mesma performance nos bastidores de Washington”, explicou a profissional. “JFK [o ex-presidente John F. Kennedy] foi uma exceção, e era bom nas duas áreas”.
Mas os tempos são outros e a própria Tidwell sugeriu que se Brady se candidatasse para a presidência em um futuro nem tão distante assim, as chances dele seriam mais do que boas. “Eu acho que ele ganharia fácil”, disse. Além da alta popularidade e da ótima reputação, o astro dos gramados também tem a vantagem de ser membro de longa data do Partido Republicano e amigo de vários caciques da legenda – incluindo aí o atual presidente, Donald Trump, provavelmente seu maior fã.
Na história da NFL (a Liga de Futebol Americano dos EUA), há vários casos de ex-jogadores que trocaram a aposentadoria pelo serviço público, como o de Dwight Eisenhower (presidente nos anos pós-Segunda Guerra Mundial, entre 1953-1961), e Gerald Ford, que assumiu o cargo às pressas com a renúncia de Richard Nixon, em 1974. Aqueles que fazem coro por #BradyForPresident acreditam que esse é apenas o caminho natural do “Mister Bündchen”, que de resto já conquistou tudo que importa e mais pouco. Há também,claro, quem torça pelo “presidente Brady” só pra ter uma primeira-dama supermodelo, afinal imagem também conta muitos pontos em cenários como esse.
Nesse quesito, dá até pra dizer Bündchen tem mais experiência do que Melania Trump, já que é Embaixadora da ONU pelo Meio Ambiente e vira e mexe se encontra com poderosos para defender a causa, como o presidente da França Emmanuel Macron, algo que e ex-modelo eslovena nunca fez antes de assumir o cargo que mantém no momento. Sem falar no talento diplomático da top das tops para se sair bem em rixas públicas, com a que teve nessa semana com a ministra da Agricultura Tereza Cristina.
Nesse domingo, Brady e seus colegas patriotas vão disputar uma vaga na próxima grande final do esporte mais popular de seu país contra o Kansas City Chiefs, e se eles se classificarem e depois levarem a melhor no Super Bowl marcado para o dia 3 de fevereiro, muita gente espera que o jogador se dê por satisfeito com mais uma vitória no grande jogo, a sexta da carreira dele, e foque no pretende fazer daí pra frente. Talvez já em 2020, como vice do bff Trump, ou 2024, como sucessor dele… (Por Anderson Antunes)