Lars von Trier é conhecido por deixar os espectadores de queixo caído com seus filmes polêmicos que ganharam status de cult. Mas, segundo o próprio diretor, parece que estes dias estão contados. De volta da reabilitação há pouco tempo, ele teme que só vá produzir “filmes porcarias” agora que está sóbrio.
“Eu não sei se consigo fazer mais filmes e isso me preocupa. Não existe expressão artística de valor que tenha sido feita por ex-alcoólatras ou ex-viciados”, ele falou a jornal alemão “Politiken”, em sua primeira entrevista em muitos anos – ele se impôs um voto de silêncio em 2011, depois que os organizadores de Cannes baniram ele do festival pois acharam que ele fez uma apologia a Hitler em seu filme “Melancolia”.
Lars ainda admitiu que boa parte da produção cinematográfica de qualidade foi feita sob influência de álcool e drogas. O diretor citou, por exemplo, que demorou 18 meses para escrever o script de “Ninfomaníaca”, o primeiro que ele fez completamente sóbrio. “Dogville”, um outro sucesso seu, ficou pronto em 12 dias durante muitas sessões de consumo de drogas. “Obviamente, esse mundo paralelo que você entra tem seu preço, mas eu tirei o máximo dele. Assim como vários artistas respeitados que eu conheço, que já, sem exceção, ingeriram e cheiraram todo tipo de droga possível”.