Os artistas, galeristas e culturettes mais importantes que circularam pela SP-Arte nesse sábado tinham programa certo para depois da feira: o apartamento da decoradora e colecionadora Renata Paula, na Vila Nova Conceição, em SP.
Renata armou um jantar para 150 pessoas para comemorar a criação do Instituto José Marton. O artista, claro, estava presente, e era só alegria: “Esse é um projeto que venho desenvolvendo há mais de 20 anos. Desde que entrei pela primeira vez no prédio abandonado onde tenho meu ateliê, no Bom Retiro, comecei a pensar em como unir artistas e fazer um intercâmbio de obras e de conhecimento”.
Marton passou os últimos 12 anos colecionando trabalhos de vários artistas brasileiros e até de alguns internacionais, incluindo uma fotografia de Anselm Kiefer, exposta junto com a série Lilith, que Kiefer fez inspirada em tomadas aéreas de São Paulo.
Hoje são cerca de 600 obras, que ele adquire sem pensar em valorização, garante. “O critério não é o valor que a obra pode vir a ter, mas como essa obra vai se organizer no conceito da coleção, onde ela se encaixa”. Tanto que ele raramente coloca peças à venda. “Uma vez vendi um Mira [Schendel] pra reestruturar a empresa. Só.”
O Instituto José Marton tem como foco as áreas de arte, arquitetura, design e moda no Brasil a partir do periodo pós-ditadura, e vai oferecer cursos e residências artísticas. Futuramente, a ideia é transformar o Instituto em um museu ou fundação.
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Um personagem que deu o que falar durante o jantar: uma escultura de Eduardo Srur, no teto da cobertura, acima da enorme varanda, que a anfitriã fazia questão de apresentar a todos os convidados, um por um. A obra fez parte da instalação “Às Margens do Rio Pinheiros”, que colocou manequins sobre trampolins azuis em quatro pontes ao longo do rio. “A Polícia Militar registrou mais de 300 ocorrências na época, de gente que achava que eram pessoas querendo se suicidar”, conta Eduardo, um dos convidados do jantar. No apartamento de Renata, não podia ser diferente: “Alguns vizinhos dos prédios em frente ligaram para a polícia, pelo mesmo motivo”, se divertia a anfitriã.
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Outro personagem que chamava a atenção no local era Fancy Violence, artista performático que “deu pinta” na SP-Arte antes do jantar. Quem frequenta o mundinho das artes já sabe bem, mas não custa avisar: Fancy não é uma drag queen nem transexual. O personagem é uma criação do artista plástico Rodolpho Parigi, que tem agenda lotada para performances desde que resolveu trocar o pincel pelo salto 15. E deve ser um bom negócio, já que suas telas costumam alcançar valores acima de R$ 100 mil…
Confira a galeria completa do jantar, que aconteceu nesse sábado.