Maria Whitaker tinha só 3 anos quando suas irmãs mais velhas (ela é temporã de uma família de sete) montaram uma confecção, a Garage, na garagem de seus pais, na Gávea. A cena formada por costureiras, araras de roupas e até uma mesa de jantar que virou mesa de corte então passou a fazer parte de seu imaginário. E, apesar de formada em antropologia, ela enveredou pelo caminho da moda. Há oito anos, a carioca arrumou as malas e se mudou para Nova York em busca de cursos. Começou a trabalhar como assistente de styling e, indicada por um amigo, fez as vezes de assistente de figurino no filme American Gangster, que tem Ridley Scott na direção e Janty Yates como figurinista. “Estar num set gigantesco foi uma experiência incrível. Sempre me lembro que comprei um casaco de pele caríssimo para o Denzel Washington e ele foi queimado até virar cinzas em cena.”
De volta ao Rio de Janeiro, Maria hoje trabalha como figurinista ao lado de nomes como Marcelo Pires e Claudia Montenegro. Aos 33 anos, a freelancer, que foi responsável pelo visual do ex-jogador Romário durante sua campanha para senador, passa os dias batendo perna atrás de bons achados. “Gosto de fazer filmes publicitários pela agilidade. Num longa você pode ficar meses longe de casa. E o que mais prezo é poder acordar cedo, fazer minhas aulas de ballet fitness, almoçar em casa e passear de bicicleta com meu filho depois da escola dele.” Apesar do lifestyle despretensioso, o estilo da própria Maria pouco tem a ver com o das cariocas: ela não gosta do calor de 40 graus, prefere peças clássicas como camisas de seda e se identifica com looks urbanos. “São opções que me deixam mais esguia. Gosto de roupas femininas, nunca usaria uma calça tipo saruel, por exemplo”, conta ela, que tem a parisiense Caroline de Maigret como inspiração. A exceção? “Um bom jeans e camiseta para trabalhar ou se divertir com meu filho.” O mix é bom. (Por Kanucha Barbosa para a revista Joyce Pascowitch de março)
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