Kanye West não foi o único ricaço dos Estados Unidos que recorreu a um “coronavoucher empresarial” criado por decreto pelo governo do país para auxiliar pequenos e médios empresários afetados pela pandemia. Conhecido como o galerista favorito da elite americana, Larry Gagosian também se inscreveu no programa conhecido como PPP, sigla para Paycheck Protection Program (ou “Programa de Proteção à Folha de Pagamentos”, em tradução livre), cuja principal finalidade é evitar demissões em massa oferecendo aos donos de negócios com faturamento máximo de US$ 10 milhões (R$ 53,9 milhões) anuais empréstimos subsidiados que variam entre US$ 100 mil (R$ 538,8 mil) e US$ 10 milhões.
Gagosian, que fundou em 1980, em Nova York, uma rede de galerias que leva seu sobrenome e hoje tem filiais em Londres, Paris, Beverly Hills, San Francisco, Roma, Atenas, Genebra, Hong Kong e em Basel, na Suíça, não poderia ter solicitado o auxílio emergencial em razão da limitação, já que sua empresa fatura em torno de US$ 1 bilhão (R$ 5,4 bilhões) por ano. Ainda assim, documentos oficiais indicam que o art connoisseur de 75 anos obteve entre US$ 2 milhões (R$ 10,8 milhões) e US$ 5 milhões (R$ 26,9 milhões) através do PPP e com a ajuda de seu banco, o JP Morgan.
Ao ser confrontado pela “Bloomberg” sobre isso, Gagosian se defendeu dizendo que precisou fechar todas as suas galerias ao redor do mundo por causa do novo coronavírus, e que os empréstimos aos quais teve acesso lhe permitiram salvar mais de 200 empregos. Com uma fortuna estimada em US$ 600 milhões (R$ 3,23 bilhões) e bff de famosos como Mick Jagger e Diane von Fürstenberg, o magnata das artes cumpre quarentena atualmente em seu château modernista nos Hamptons, uma propriedade com mais de mil metros quadrados de área útil batizada Toad Hall que foi projetada pelo lendário arquiteto americano Charles Gwathmey. (Por Anderson Antunes)