O chamado “efeito Mona Lisa” – a ideia de que certos personagens retratados em quadros “encaram” seus observadores – é real, concluíram pesquisadores alemães em um estudo recém-publicado no jornal virtual “i-Perception”. O único porém é que o tal efeito não se aplica ao quadro do qual empresta o nome, o óleo sobre tela terminado em 1517 por Leonardo Da Vinci, ao contrário do que se acreditava há décadas.
Segundo os estudiosos, que trabalham no Centro de Excelência Cognitiva e Interação Tecnológica da Universidade de Bielefeld, no norte da Alemanha, para isso seria necessário que a mulher que aparece na obra mais famosa do gênio italiano estivesse olhando fixamente para a frente ao invés de levemente para a direita, como é o caso.
“Analisamos mais de duas mil telas, e só o estudo da ‘Mona Lisa’ envolveu 24 pessoas. Mas justo nessa não identificamos nada”, disse Sebastian Loth, um dos responsáveis pelo estudo. De acordo com ele, a misteriosa musa inspiradora de Da Vinci fixou o olhar em um ângulo de exatos 15,4 graus, o suficiente para atingir no máximo a orelha ou o ombro direitos de seus admiradores.
“Para o caso específico dela, podemos dizer com certeza que o ‘efeito Mona lisa’ não existe”, explicou Loth, antes de se aprofundar no assunto. “Isso apenas ilustra o desejo de muitas pessoas de serem notadas e se tornarem o centro da atenção de alguém – de serem relevantes para o outro, mesmo quando se trata de alguém que nem sequer conhecem”. A arte teima em continuar imitando a vida… (Por Anderson Antunes)