O galerista Paulo Kuczynski comemora a venda de ‘A Lua’, de Tarsila do Amaral, para o MoMA

Paulo Kuczynski intermediou a venda da tela de Tarsila do Amaral || Créditos: Bruna Guerra/ Divulgação

Na semana passada, o galerista Paulo Kuczynski se tornou parte de um marco na história da arte brasileira. Foi ele o responsável por intermediar a compra da tela “A Lua’, de 1928, de Tarsila do Amaral, pelo MoMA. O Museu de Arte Moderna de Nova York anunciou a aquisição da obra que pertencia, desde a década de 1950, à coleção da família Feffer. O quadro teria sido vendido por US$ 20 milhões (cifra não confirmada oficialmente) e, dessa forma, se tornou a obra de arte de um artista brasileiro mais valiosa já negociada até hoje.

“Agradeço muito à família Feffer  por terem essa visão de que a obra deveria estar em um museu desta importância. Esse quadro será discutido, revalorizado e passa a ter uma dinâmica importantíssima. Será comparado com outras peças do modernismo e ganha uma vida e uma amplitude muito maior”, comemorou Paulo, que é marchand há 50 anos. “Aproximei os curadores e consegui há 3 anos que a família mostrasse a obra ao museu. Naquele momento, eles não queriam emprestar a obra, mas em certo momento essas peças vieram pra minha mão. Daí achei interessante oferecer ao MoMA. Primeiro, porque eles já haviam conhecido a obra e segundo porque são muito importantes como museu. Seria uma oportunidade do modernismo brasileiro conviver com o que há de mais incrível no modernismo mundial”, continuou ele em papo exclusivo com o Glamurama.

“Talvez seja uma das melhores obras da Tarsila e do melhor período dela. Tarsila pintou poucos quadros dessa importância. Os grandes anos dela são de 1924-1930, o que é muito pouco. Daí o motivo de valer tanto”, entregou Kuczynski.

Glamurama quis saber de que forma essa transação afeta o panorama da arte brasileira. “É uma oportunidade extraordinária. Abre-se uma janela para falarmos que aqui tivemos uma fase do modernismo maravilhosa. É a primeira vez que uma obra prima brasileira do modernismo sai para o modernismo universal. Isso abre um olhar importante. São critérios, aparatos e burocracias que um museu deste porte tem para adquirir uma obra. Então foi muito especial.”

Para quem não puder visitar a primeira grande retrospectiva da pintora em Nova York, vale lembrar que o calendário de exposições de 2019 do Masp tem como destaque uma exposição da pintora paulista Tarsila do Amaral. “Essa mostra vai ser extraordinária. Vêm obras de museus da França, o Abaporu, de Buenos aires… Vai ser maior que a do MoMA e muito completa”, finaliza Paulo.

 

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