Em época em que a tecnologia reina, a moda artesanal virou sinônimo de luxo. Essa é a opinião da especialista em tendência, treinada pelo London College of Fashion e editora do portal WGSN, Jeanette Nkwate. Presente no Minas Trend, que chegou ao fim nessa quinta-feira, a jornalista inglesa conversou com o Glamurama e fez um balanço da semana de moda mineira. Confra.
Qual a especificidade da moda mineira?
Seu principal atrativo é o manual, o costurado à mão e o artesanal. Um exemplo é a Vivaz, que tem um amor pelo artesanato, que inclui muitos bordados e pedrarias.
O que você viu nos desfiles que pode apontar como uma nova tendência?
Culottes, isso é algo que temos visto em todas as quatro grandes passarelas (Londres, Paris, Milão e Nova York). E o que eu acho que interessante sobre a tendência em Minas é o uso do uso de tecidos finos, como na coleção de Fabiana Milazzo, e o jogo com a costura, bem como a proporção, a exemplo da Plural. Trata-se de uma nova alternativa na temporada da popular saia midi.
Qual é a importância da moda artesanal ?
Em uma época onde a tecnologia nos permite fazer muitas coisas, a moda artesanal está se tornando cada vez mais uma commodity. Como resultado, os consumidores estão mais felizes em pagar mais por uma moda que mostra o artesanato feito à mão e por produtos que têm uma história única.
Qual a principal diferença entre moda de são Paulo e a de Minas?
São Paulo tem uma sensação continental com foco em estilos mais casuais, assim como os cortes e as silhuetas, enquanto Minas Gerais enfatiza o artesanato com muitos enfeites, concentrando-se particularmente em evening wear.
Qual das duas têm um apelo mais internacional?
Eu diria que ambas são igualmente internacionais, mas apelam para dois mercados internacionais muito diferentes, mas igualmente importantes. Enquanto São Paulo tem mais um apelo aos mercados continentais e norte-americanos, Minas Gerais é mais atraente para os mercados de evening wear de luxo, como ateliês em Paris e no Oriente Médio.