A partir da próxima sexta-feira, dia 10, Debora Bloch volta a dar vida à professora de português Lucia, na nova temporada da série Original Globoplay “Segunda Chamada”. Nesta sequência, a docente regressa à Escola Estadual Carolina Maria de Jesus depois do divórcio do marido e o fim do mistério envolvendo a morte do filho, decidida a evitar a suspensão do curso noturno para jovens e adultos. Por sua interpretação na primeira temporada da obra, a atriz foi eleita Melhor Atriz pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Ao Glamurama, Debora falou sobre os conflitos que sua personagem vai enfrentar, sua preparação para o papel e a expectativa para a segunda temporada. (por Morgana Bressiani)
G: A Lúcia chega nesta segunda temporada com alguns conflitos internos resolvidos, mas novos desafios profissionais. Qual é a sua percepção da professora nesta fase?
DB - Nessa segunda temporada, o grande problema da escola é a falta de alunos e o risco de ser fechada por causa disso. Lucia vai estar empenhada em trazer alunos para a escola e assim impedir o fechamento. Ela vai trazer pessoas em situação de rua e se envolver com esses alunos e suas questões.
G: Qual é a principal mensagem desta nova fase de “Segunda Chamada”, e o que o público pode esperar da série?
DB - A série é sobre educação, mas principalmente sobre pessoas que não tiveram acesso a ela. O público vai entrar em contato com personagens que são invisíveis na nossa sociedade e que a gente não costuma ver retratados na TV. Depois de um ano de confinamento, voltar ao set foi um alívio e um alento. Com toda a dificuldade que é gravar na pandemia, poder voltar ao nosso trabalho foi muito bom. Foi uma alegria.
G: Como foi a sua preparação para voltar a viver a professora Lúcia da atualidade?
DB - Tivemos muitas leituras e ensaios, mas a novidade foi a pesquisa e os encontros para conhecer a realidade da população em situação de rua. Tivemos palestras com pessoas que trabalham com essa população e também conversas com algumas pessoas que vivem nas estradas. Aprendi muito com esse processo, e acho que fui transformada por ele.
G: “Segunda Chamada” ficou conhecida por tratar de diversas questões sociais, além da problemática do ensino noturno para jovens e adultos. Agora, uma nova realidade vem à tona com a chegada dos alunos em situação de rua. Como você avalia a forma como esse debate é abordado na série?
DB - Fizemos um trabalho bastante realista. A série trata do assunto sem preconceito ou julgamento, que é como acredito que deve ser tratado. Essas pessoas se tornam invisíveis para a sociedade, são desumanizadas e isso precisa ser mudado. Aprendi muito fazendo essa temporada e lidando com esse assunto. E espero, do fundo do meu coração, que as pessoas em situação de rua se sintam representadas.