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Paulo Vilhena
Paulo Vilhena || Créditos: Globo/Estevam Avellar

É muito curioso ver Paulo Vilhena na pele de um viúvo, pai de um garoto de 18 anos, como em “O Sétimo Guardião”. Com João Inácio, seu personagem na trama de Aguinaldo Silva, ele faz a transição do eterno garotão bad boy para um personagem mais maduro. Entre uma gravação e outra da novela, o ator, prestes a fazer 40 anos (seu aniversário é dia 3 de janeiro), falou com exclusividade ao Glamurama sobre essa fase profissional, também marcada por seu novo status de relacionamento – ele está solteiro há dois meses -, com direito a dicas para manter a mente jovem sem cair nas armadilhas da síndrome de Peter Pan. Ainda na entrevista, detalhes sobre o primeiro live action da “Turma da Mônica”, que chega aos cinemas em junho de 2019 com Vilhena no papel de Seu Cebola, pai de Cebolinha. Olho nele.

Glamurama: Tem sido muito comentada essa sua transição de bad boy para um personagem mais maduro, como o João Inácio, de “Sétimo Guardião”. De repente você era o filho, o garotão, e agora você é o pai. Como está sendo essa mudança pra você?
Paulo Vilhena: “Para mim essa transição começou já tem algum tempo no cinema, e agora é a primeira vez que me vêem dessa maneira na TV, que atinge o grande publico e em uma história mais longa. É muito legal porque, além do João ser um cara com todas essa questões da idade, ele tem outras camadas interessantes que poderão se aprofundar ao longo da novela – primeiro a perda da mulher, agora o envolvimento com uma prostituta e na sequência uma recaída dele com o álcool… tem um bom caminho a ser explorado. Essa trama nos permite, dentro da verdade das situações, transitar do drama ao cômico. Tem uma cena em que João Inácio e Stefânia [Carol Duarte] dormem juntos no gabinete do prefeito e aí, quando as meninas nos flagram, acaba virando uma situação engraçada. Dá para ir por esses dois caminhos.”

Glamurama: O João te tirou de uma zona de conforto?
Paulo Vilhena: “A zona de conforto está sempre conosco, independente de ser um personagem que você já se sente confortável em fazer ou não. Toda a forma de dedicação para criar um novo papel (entre entonações, caracterizações e etc) nos ajuda a ter um diferencial… Temos que pensar nesse distanciamento mesmo que o personagem seja próximo a nós, para que seja um trabalho de composição, de pesquisa.”

Glamurama: Como foi o laboratório para você encarnar esse personagem tão diferente de tudo o que já fez? Aguinaldo Silva tem ajudado nesse processo? 
Paulo Vilhena: “Temos uma estrutura dentro da própria empresa [Rede Globo] com workshops e leituras com profissionais de diversas áreas que nos dá uma base bacana. No caso de João Inácio tem o ‘lance’ do tango, então deu para trabalhar essa parte da dança como composição do personagem. Por outro lado a gente acaba identificando características em amigos e pessoas de nosso convívio, do porteiro do prédio ao dono de um bar ou um maitre de um restaurante. Todas as pessoas do nosso cotidiano nos dão elementos para compor um papel. O grande oficio do ator é ser um bom observador. São em momentos do ócio criativo, de observação, que o ator parece até meio louco (risos), mas se ninguém estiver vendo, tudo certo!”

Paulo Vilhena e Fabio Assunção no seminário para atores com o argentino Juan Carlos Corazza || Créditos: Globo/Paulo Belote

Glamurama: Conte-nos um pouco sobre o futuro do João Inácio na trama, sobre o caso que você vai ter com a garota de programa Stefânia, interpretada por Carol Duarte.
Paulo Vilhena: “São personagens com muitas dores, muitas cicatrizes da vida, e acabam encontrando um carinho e cuidado mútuo. Um olha para o outro e se encontram nessas fraquezas, dores e dificuldades e acabam cuidando um do outro. O telespectador pode esperar bastante afeto mas também algumas dificuldades, como qualquer história de amor, e um boicote violento por parte da sogra de João, a dona Mirtes [Elizabeth Savalla]. Mas aí vai deles se fortalecerem com tudo isso e continuarem juntos. É interessante ver como eles entram em um outro nível de realidade quando dançam juntos. É como quando você ‘entra’ em uma música e parece que está em um sonho.”

Glamurama: O que podemos esperar do futuro de João Inácio? É um personagem que tende a crescer na trama?
Paulo Vilhena: “É uma novela longa, tem tempo para todos os personagens terem um bom destaque, todos têm relevância. As historias vão acontecendo, mas não da para saber o quanto ele vai crescer.”

Glamurama: Como você pretende explorar esse seu estilo mais garotão, que é sua marca registrada, neste momento mais maduro da sua carreira?
Paulo Vilhena: “João Inácio tem pouco espaço para isso, mas em uma cena gravada na última semana temos um exemplo que essa conexão pode funcionar: eu e Carol somos pegos depois de uma transa e, por eu aparecer sem camisa, as minhas tatuagens eram uma questão, então sugeri à produção para colocarmos mais tatuagens e eles toparam. Naquele momento relaxado depois de uma relação o João vai aparecer com seis tatuagens a mais do que eu, e essa é uma forma de estabelecer uma ligação com meu estilo.”

Glamurama: Na vida real, o que mudou com a chegada dos 40? Essa idade tem um peso diferente para você?
Paulo Vilhena: “Penso muito nessa questão do tempo, em como passa. Dos 20 aos 30 anos você não pensa muito na finitude das coisas, em perder pessoas. Perdi meu pai, meu avô e hoje entendo que é preciso fazer boas escolhas e aproveitar esse tempo de juventude. Essa maturidade traz consciência sobre o tempo, sobre a família, amigos, relações… se você não se dedicar, não cuidar de quem está do seu lado há tanto tempo, esse tempo se perde.”

Glamurama: Você é um dos atores da sua geração que mais preservou esse lifestyle jovem. Surfa, tem um jeito descolado de se vestir… Continua se enxergando como um cara mais novo?
Paulo Vilhena: “É estranho! Às vezes eu falo ‘caramba, 40 anos’, não bate para mim essa consciência do número com meu dia a dia, com o que gosto de fazer, com meu jeito de viver. É engraçado porque são as minhas escolhas de lifestyle. Procuro não dar importância ao que não tem importância ou me lamentar por coisas pequenas. Isso me dá uma leveza para vida de modo geral.”

Glamurama: Tem uma ligação forte com pessoas mais novas que você?
Paulo Vilhena: “Quando eu tinha uns 15, 16 anos, até os 30 e poucos, sempre tive muita amizade com pessoas mais velhas, de 50, 60 anos, além dos amigos da minha idade, e  adorava ficar trocando ideia com eles. De uns anos pra cá tenho me visto muito próximo a uma galera mais nova, que faz ‘O Sétimo Guardião’. Conversamos muito sobre as referências deles, porque querem atuar, de onde vieram, quais são as raízes e as escolhas deles nesse momento… entramos em uma resenha nesse sentido. Mas não tenho uma predileção, gosto de estar com gente, trocar ideias, saber, observar, conhecer as pessoas…”

Glamurama: O que você acha dessa nova geração de atores?
Paulo Vilhena: “É uma geração muito engajada em todos os aspectos, que tem uma preparação, um estudo e um entendimento muito profundo sobre questões atuais, como as relacionadas aos gêneros. Vivem tudo isso de uma maneira mais efetiva, não é como a minha [geração], que está olhando tudo acontecer, um pouco desajustada nesse sentido, sempre um pouco para frente ou um pouco para trás do que foram as grandes mudanças na sociedade. Ao mesmo tempo me relaciono bem com as mudanças, seja no âmbito que for – da política à questão de gêneros e profissionais… coisas da vida.”

Glamurama: Como atingir a maturidade preservando a juventude, sem desenvolver uma síndrome de Peter Pan?
Paulo Vilhena: “Acho que tudo está relacionado à cabeça, às coisas que você faz e a maneira como você lida com a vida sem ‘pesar’ demais, achando sempre que tem razão ou que os seus pensamentos são sempre os corretos. Acredito que o caminho seja ouvir o outro, mais novos e mais velhos, e não se apegar a idade.”

Glamurama: Como cuida da saúde – alimentação, esportes, ginástica?
Paulo Vilhena: “Sempre tive bons hábitos de alimentação, gosto de comer bem (salada, verduras, frutas), o que já ajuda bastante. Gosto de fazer coisas ao ar livre como ir à praia, jogar bola, jogar tênis, pegar onda e estar perto dos amigos, que é sempre legal, tomando uma cerveja e fazendo um churrasco ou uma peixada. Ir a Noronha também me faz muito bem.”

Glamurama: Frequenta academia?
Paulo Vilhena: “Quando tem algum trabalho e preciso ficar com um determinado corpo, ou em casos de lesões – às vezes tenho algo na lombar e faço um tratamento de fortalecimento.”

Glamurama: Você tem vontade de ser pai? 
Paulo Vilhena: “Tenho há muitos anos, não sei se essa vontade vai passar ou se vai se concretizar, vamos ver.”

Glamurama: Você faz um trabalho social muito bacana com o Casa Neuronha e por ser uma figura pública consegue dar uma visibilidade maior ao projeto. Acha que todo artista deveria usar seu poder sobre as pessoas em prol de uma causa?
Paulo Vilhena:
“Vai muito do que cada um acredita. Vejo muitos colegas apoiando determinadas causas seja por motivos pessoais, ou de saúde pública (Outubro Rosa, Novembro Azul, entre outras campanhas que integram o calendário nacional). Se você acredita e pode se envolver, é um ponto a ser desenvolvido, sim, mas tem que se envolver de verdade.”

Glamurama: Quais são as novidades do projeto?
Paulo Vilhena:
“Acabamos de inaugurar uma exposição de fotos de Noronha no Lar Mar, em São Paulo, com o intuito de trazer um pouco da ilha para o continente, mostrando a beleza às pessoas que não conhecem, que querem visitá-la. A mostra também fala sobre a consciência que os visitantes devem ter em cuidar bem dela, respeitando e abraçando o destino com muito carinho. Mostramos as ações sociais que existem lá para que as pessoas se divirtam mas também se envolvam. Em 2019 teremos a primeira edição da Semana Cultural, com workshops voltados para os locais da ilha, proporcionando conhecimento e acesso a informações além daquele universo”

https://www.instagram.com/p/BrAdeRzHJOg/

Glamurama: O que você acha de Noronha ter se tornado o point de celebs nos últimos tempos? Isso impacta positiva ou negativamente – de repente atraindo pessoas que vão para lá apenas com o intuito de esbarrar com famosos?
Paulo Vilhena: “Para o turismo é muito bacana, as pessoas acabam se interessando, a visibilidade aumenta. Os destinos de verão no Brasil funcionam todos assim: ‘acontecem’ durante um tempo, até que aparece um outro que vira o centro das atenções, e acho que é assim que deve ser. O que fica para nós é a importância em cuidar cada vez mais e fazer com que as pessoas que frequentam tenham essa consciência. Não adianta ir paro o lugar e não cuidar dele.”

Glamurama: Você vai passar o Ano Novo e comemorar seu aniversário lá? Quem é a turma que vai com você este ano?
Paulo Vilhena:
“De 26 de dezembro a 4 de janeiro é quando executamos a parte comercial do projeto, conectando influencers a marcas. Estou tentando com a Globo ficar até essa data para armarmos uma comemoração do meu aniversário também. Esse ano vai uma turma ótima, entre eles Paola Antonini, Rachel Apollonio, Foguinho, Bruno Gissoni e Yanna Lavigne, Manu Gavassi, Leo Picon, Rafa Uccman, Marco Luque… uma galera divertida. Lá é outro rolê, mais pé no chão.”

Glamurama: Conte-nos sobre o primeiro live action da Turma da Monica! Você vai viver o Seu Cebola, né? Como foi a caracterização dos personagens? 
Paulo Vilhena: “É exatamente como as dos quadrinhos. Estou na mesma expectativa que o público. Filmamos há uns seis meses mas não vimos nada. Tem um amigo meu que participa da equipe de produção e falou que viu o primeiro corte e que está f%$a.  Durante as filmagens ficamos muito emocionados. É muito louco se ver exatamente como os quadrinhos, foi um chororô no set.”

Paulinho como Seu Cebola, pai do Cebolinha, no live action da Turma da Mônica // Divulgação

Glamurama: Teve algum contato com o Maurício de Souza?
Paulo Vilhena: “Não. Tive com a Mônica, filha dele, mas pouco. Maurício se envolveu mais com as crianças.”

Glamurama: Como e onde foram as filmagens? Quando estreia?
Paulo Vilhena: “As filmagens aconteceram no interior de São Paulo e o filme estreia dia 27 de junho de 2019.”

Glamurama: Quando criança curtia os gibis da Turma da Mônica? Qual seu personagem favorito?
Paulo Vilhena: “Eu era muito fã, lia muito. Não aprendi a ler com eles mas exercitei muito a leitura com a Turma da Mônica. Sempre gostei dos transgressores, então curtia muito do Cascão, achava ele mais divertido, mandava umas letras mais politicamente incorretas.”

Glamurama: Algum outro projeto à vista – filme para ser lançado, teatro, etc…?
Paulo Vilhena: “Estou muito focado na novela agora e tenho dois projetos de teatro em mente para colocar em prática, ainda bem embrionários. Um é uma montagem baseada em um texto do Evandro Mesquita (conversei com ele e devemos fazer uma leitura esta semana). Amo o Evandro e queria que ele me dirigisse neste projeto. E o outro fala sobre um homem e duas mulheres envolvidos em várias questões de relacionamento.” (Por Julia Moura)

 

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