Os próximos passos de Matthew Williamson em papo exclusivo no Rio

Matthew Williamson || Créditos: Divulgação

Glamurama encontrou Matthew Williamson para uma água de coco e um bate papo nessa ensolarada quinta-feira, no Fasano de Ipanema. Sentamos na varanda, onde ele podia fumar. O estilista - que veio ao Brasil para lançar uma coleção em parceria com a fast fashion C&A - já chegou abrindo sorrisos, nos fazendo elogios... Pediu dicas de onde encontrar tecidos simples em um lugar nada turístico, disse que quer estampar uma peça sua com a padronagem do calçadão da praia, confessou que pretende expandir sua linha para muito além das roupas femininas e papeis de parede e, por fim, abriu o coração sobre os motivos que o fizeram desistir da Pucci. À entrevista! (Por Michelle Licory)

 "É vir, fazer e seguir em frente"

"Tem seis anos que fiz uma coleção com a H&M e ela foi muito bem. Foi um projeto adorável. Gosto muito desse desafio: criar com a minha marca algo para um público mais abrangente, a um custo mais baixo, mas com o mesmo feeling. Amo o Brasil, é a minha terceira vez aqui. Então foi uma resposta muito fácil: 'Você gostaria de fazer uma coleção com a C&A Brasil?' 'Sim'". A ideia é celebrar, trazer minha marca para um mercado que talvez não a conheça. Adoro essa proposta de uma parceria pontual: fez, está feito. É vir, fazer e seguir em frente. Mais legal do que um projeto contínuo..."

"Meio errado, mas de uma forma boa"

"A combinação de cores, a localização das estampas... É tudo muito versátil nessa coleção para a C&A, bem Brasil. Adoro cores frias e quentes juntas, fazendo a fria saltar. A qualidade dos grafismos... Amo. A combinação das estampas que minha stylist fez aqui para o catálogo me surpreendeu. Não tínhamos planejado dessa forma lá me Londres. E amei. Ela colocou floral com gráfico, o que é meio errado, mas de uma forma boa. Hoje as mulheres são muito inteligentes para aceitar que tal cor agora é a da moda. Qualquer cor é a nova cor. São roupas bem coloridas".

"Meus olhos criativos se perdem aqui"

"Do Brasil sei apenas que a energia aqui é diferente da energia de onde venho. Acho que por causa do clima. Vocês tendem a se vestir de acordo com seu clima, claro, usam esses tops, mas em Londres estariam debaixo de jaquetas. Meus olhos criativos se perdem aqui porque adoro essa mistura, essas padronagens, texturas. Tudo divertido, com senso de humor. Como seria uma estampa inspirada no Rio? Com o desenho do calcadão de Ipanema! Quando você está andando nele é preto e branco. Quando vê de cima, enxerga esse padrão gráfico. Um dia vou usar esse desenho em alguma peça porque realmente amo. Desde que cheguei, já fui ao Cristo e nesta sexta-feira tenho day off. Quero ir a mercados interessantes, nada para turista, para ver tecidos simples mesmo". Sugerimos a Saara, um centro comercial popular no centro da cidade. Explicamos o que é e ele ficou bem empolgado...

"O que faço é lifestyle, não apenas fashion"

"A linha casa está se tornando mais importante no meu negócio, deixando bem claro que o que faço é lifestyle, não apenas fashion. Se uma moça vai comprar um vestido bonito provavelmente vai querer também um papel de parede legal, um sofá bonito. E uma vela... Para onde quero expandir minha marca? Adoraria fazer velas, roupa de bebê e criança, louças e a lista segue, mas esses estão no topo dela".

Pucci, não: "Gosto da intimidade e pequeneza"

"Duas marcas de uma vez é muito difícil, seja para quem for. Dois trabalhos ao mesmo tempo? É um desafio muito duro: fisicamente e criativamente. Pra mim, a Pucci era algo óbvio porque as duas coleções [dele e da label italiana] conversavam. Mas fiz três anos, seis coleções e fiquei muito cansado com as indas e vindas, então escolhi focar só no meu negócio. As pessoas se enganam achando que quanto maior é a marca mais fácil é entregar o trabalho. Nada disso. Não é o caso. Você pode ter uma bem sucedida empresa pequena com poucas pessoas, e todo mundo saber o que está fazendo. Se a marca é imensa, tem que entregar preço, no prazo, em uma escala muito maior. Pra mim, pessoalmente, gosto da intimidade e pequeneza. É assim que prefiro trabalhar. Foi bom ver, passar por essa experiência na Pucci, mas prefiro ficar como estou agora".

* Em tempo: depois do nosso papo, teve festa para o estilista no rooftop do hotel, com uma turma de globettes e glamurettes vestindo as peças da coleção para a C&A, a convite de Carol Sampaio. Vem ver foi como aqui embaixo, na nossa galeria de fotos.

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