Juliano Cazarré está no ar com um dos melhores papéis da novela de Walcyr Carrasco, o Mariano de “O Outro Lado do Paraíso”, um garimpeiro de personalidade forte que se envolve com mãe e filha (personagens vividas por Marieta Severo e Grazi Massafera) – uau! Em entrevista ao Glamurama, o ator elegeu os personagens de “Dona Fernanda Montenegro e Seu Lima Duarte” como os seus favoritos da trama – “juntos são a história da televisão brasileira acontecendo”. Ele também contou que simpatiza com Mariana e que confia no autor para o melhor fim para ele. Ainda em papo com o site, revelou que o sonho de sua vida é interpretar Jesus Cristo lá em Nova Jerusalém, teatro ao ar livre em Pernambuco, e revelou a maior ‘saia justa’ de sua carreira. Tudo isso e muito mais no papo abaixo.
Glamurama: Você dá palpite nas falas e ações de Mariano?
Juliano Cazarré: “Eu tento fazer um trabalho criativo em cima do texto, né? Acho que o trabalho do ator passa por interpretar, mas também é colaborar com a direção e dramaturgia. Sinto que tenho liberdade dos diretores e também do Walcyr [Carrasco] pra enriquecer o Mariano. Não é mudar o rumo de nada, é mais pra enriquecer a prosódia do personagem.
Glamurama: Qual é o fim que você gostaria que o Mariano tivesse na novela ?
Juliano Cazarré:“Pensando como uma pessoa normal, eu simpatizo com o Mariano e gostaria que ele fosse feliz. Mas pensando como ator, só quero que ele tenha boas cenas. A novela está cheia de atores maravilhosos, então seria um prazer ter cenas bacanas com qualquer um dos parceiros, terminar bem a novela fazendo televisão de qualidade.”
Glamurama: E qual final imagina que ele terá?
Juliano Cazarré:“Nem imagino muito porque com o Walcyr [Carrasco] nem vale a pena (risos). Ele sempre consegue ser mais surpreendente que a sua imaginação. Então, prefiro deixar nas mãos dele porque ele sabe bem o que está fazendo.”
Glamurama: O Mariano foi feito pra você, não acha? Walcyr Carrasco já tinha seu nome em mente?
Juliano Cazarré: “O Walcyr me chamou pra fazer o Mariano e já me explicou na época como seria. E realmente tudo o que ele falou eu fiz na novela e acho que agora já estamos indo além. A novela caminhou mais do que o previsto e estou muito feliz com o resultado.”
Glamurama: Como tem sido a aceitação do Mariano pelo público?
Juliano Cazarré:“O Mariano tem sido muito bem aceito e tenho recebido muito carinho pelas redes sociais, na rua, muita gente se diverte com o jeitão dele, de falar, de reagir.”
Glamurama: De toda a novela, qual é seu personagem favorito?
Juliano Cazarré:“Os meus favoritos são o casal Mercedes e Josafá, pois acho que Dona Fernanda Montenegro e Seu Lima Duarte juntos são a história da televisão brasileira acontecendo. É sem dúvida um capítulo belíssimo da nossa TV e temos que prestar muita atenção porque aquilo é antológico.”
Glamurama: Você tem medo de ficar marcado por um papel?
Juliano Cazarré:“Confesso que não, mas tenho uma neurose por mudar. Então, todo personagem busco fazer diferente daquilo que já fiz. Realmente, mudar de um papel pro outro é uma brincadeira que gosto de brincar!”
Glamurama: O que pretende fazer depois das gravações da novela? Férias?
Juliano Cazarré:“Quero dar uma descansada. Não considero férias, será uma parada curta. Se tudo der certo já vou engatar um outro projeto logo em seguida. Mas prefiro não falar, pois está tudo sendo debatido. Mas graças a Deus tem um convite bacana pra depois da televisão. É muito bom estar trabalhando no Brasil.”
Glamurama: Quem você gostaria de interpretar no cinema ou na TV?
Juliano Cazarré:“O sonho da minha vida é interpretar Jesus Cristo lá em Nova Jerusalém, em Pernambuco. Não sei como eles fariam com as minhas tatuagens, na verdade nem recebi esse convite (risos), mas viver isso ia ser demais. Talvez eu não tenha tanto a cara de Jesus, mas adoraria tentar.”
Glamurama: Qual foi a maior saia justa que você já passou durante uma gravação?
Juliano Cazarré: “Estou pensando aqui, por exemplo, nas cenas em que é preciso tirar a roupa na frente da câmera. Fazer isso não é fácil, mas entendo que algumas vezes é preciso e busco fazer o meu melhor.”
Glamurama: A Letícia (sua mulher) sente ciúmes de te ver em cenas mais quentes?
Juliano Cazarré: “A Letícia lida bem, mas é claro que não é fácil pra ninguém. Mas ela é uma mulher inteligente, consegue resolver bem isso.”
Glamurama: O que você acha de homens/mulheres que se relacionam com mulheres/homens mais velhas, como Mariano e Sophia? Acredita que diferença de idade é um problema?
Juliano Cazarré: “Acho que não tem problema nenhum. Onde existe amor, paixão e carinho está tudo certo. Não tem idade, sexo ou gênero, com amor está tudo bem.”
Glamurama: Seus filhos veem a novela? Como você explica a eles seu personagem?
Juliano Cazarré: “Os meninos não veem a novela, mas eu conto pra eles do Mariano. Sempre tem um amigo que assiste ou alguém comenta, eles sabem o nome do personagem, mas não falo muito. Eu não consigo ver a novela no horário certo, então também acabo assistindo depois pela internet.”
Glamurama: O que você pensa sobre censura de modo geral?
Juliano Cazarré: “De um modo geral eu sou contra a censura, mas é claro que limite de idade pra certos filmes acho adequado, existem sim produções só para os mais velhos. Mas sou contra censura e principalmente a prévia, a arte precisa de liberdade e só faz sentido se for exercida neste tipo de ambiente. A arte quando se contamina por algum tipo de censura e de ideologia já perde a beleza da gratuidade, então já não consegue mais chegar a ser a grande arte.”
Glamurama: Você vive no Rio. O que pensa sobre a atual situação política e social da cidade?
Juliano Cazaré: “Lamento muito. Escolhi essa cidade pra morar e estou criando meus filhos aqui, mas sinto medo. A cidade parece que regrediu 20 anos. Esta aí o resultado da corrupção, o Rio de Janeiro. O Brasil teve um voo de galinha e agora vem a conta do desperdício, da corrupção, da falta de caráter, de carinho, da falta de educação. É muito triste ver que vai demorar muito tempo para isso aqui voltar a ser um lugar bacana. São gerações e gerações desperdiçadas, sem educação, sem saúde, sem segurança. É muito triste.” (Por Julia Moura)