Nando Reis, Paula Toller, Paralamas do Sucesso e Pitty juntos em um mesmo palco, para celebrar o rock nacional através das décadas. E com o apoio luxuoso de Dado Villa-Lobos e Rodrigo Suricato, que em alguns momentos largaram suas guitarras e também assumiram o microfone. Tudo isso aconteceu essa terça-feira na casa de espetáculos carioca Vivo Rio e foi apenas o primeiro de uma série de shows dentro do projeto Nivea Viva.
Selinho carinhoso
Os destaques? As interpretações de Pitty de sucessos de Marina Lima e Os Mutantes, de Paula Toller em “Ovelha Negra”, de Rita Lee, de Nando Reis em “Gita”, de Raul Seixas… Mas o setlist não ficou só nos megahits mais antigos, não. Teve espaço até para músicas de Charlie Brown Jr. e Raimundos. Tudo com a supervisão de Liminha, com direção de Monique Gardenberg, que arrancou elogios entusiasmados pelos videos que passavam em um telão que servia de cenário. Ah, um momento que chamou a atenção foi o selinho carinhoso de Herbert Vianna e Nando…
Bastante heterogêneo
Na plateia, muita gente da MPB: Mart’nália, sempre com sorriso maroto, tirando casquinha das amigas “gatas”, Leo Jaime, Gabriel, o Pensador… E mais globettes que também são cantoras: Marjorie Estiano e Mariana Rios. Paula Burlamaqui e Deborah Evelyn eram outros nomes entre o público, que estava bastante heterogêneo: do designer de joias Antonio Bernardo ao técnico de futebol Joel Santana, todos convidados da promoter Carol Sampaio e Michel Diamant. Realmente é um show que agrada a todos os gostos.
Como hoje é o sertanejo
Glamurama foi até o camarim e perguntou por lá o que o rock tinha nos anos 80, 90 que acabou se perdendo… Com a palavra, Paula: “Tinha televisão”, respondeu a musa do Kid Abelha. Como assim? “Eram muitos programas com atrações musicais. Com isso, nosso trabalho chegava a todas as classes sociais, todo o Brasil. É por isso que, quando fazemos um show corporativo, desde o presidente da empresa até a galera da cozinha canta junto com a gente nossos antigos sucessos. Foi uma geração de bandas muito feliz que atingiu todos os públicos, apesar de serem formadas em faculdades”. Bi Ribeiro, dos Paralamas, também deu sua opinião. “Era uma época especial, estávamos saindo da ditadura e todo mundo queria colocar a boca no trombone. O rock virou o gênero principal do país, como hoje é o sertanejo. Todo mundo queria ouvir rock, agora não é mais assim, ele voltou a ser pequeno, de nicho, mas continua como voz da rebeldia e da contestação, só com menos força na mídia”.
Prefiro nem comentar
Por fim, Nando acrescentou: “É estranho comparar as épocas porque as letras de antes falavam das coisas que estavam acontecendo, e isso se transformou com o tempo. O mundo mudou. E as músicas que permanecem são as que o sentido permanece”. Tipo “Que País É Esse”, né, Nando? Bom, a gente quis saber quem da nova safra “representa” cada um dos três. “Jonnata Doll é um punk maravilhoso com letras inteligentes, gosto muito dele”, nos surpreendeu Paula. “Olha, de gente nova posso citar o Marcelo Jeneci, mas não é rock. De rock mesmo prefiro nem comentar”, pediu Bi. “Eu”, simplificou Nando, deixando claro que não tem gostado muito do que surgiu ultimamente.(por Michelle Licory)
Em tempo: vem ver tudo o que rolou na apresentação aqui embaixo, na nossa galeria de fotos.
[galeria]4225651[/galeria]