Muslin Fashion: O mercado de 277 bilhões de dólares que a indústria da moda não pode mais ignorar

As influenciadoras digitais por trás da página The Patent Hijab, no Instagram || Créditos: Reprodução

Você sabia que a religião islâmica é a segunda maior do mundo? Com quase 1 bilhão e meio de muçulmano, o que compreende cerca de 22% da população mundial, o islamismo é uma das religiões que mais crescem atualmente. No entanto, mesmo com todos esses números capazes de fazer brilhar os olhos de qualquer mercado de consumo, até pouco tempo atrás o universo fashion não tinha soluções para atender seus códigos de vestimenta específicos. Felizmente, este cenário está mudando. Afinal, com um mercado de 277 bilhões de dólares, a moda não conseguia mais, nem podia, ignorar esta parcela significativa da sociedade.

Além de oferecer mais opções às mulheres muçulmanas, esse crescimento no setor tem nos mostrado que a moda islâmica é muito mais criativa, vasta e interessante do que é pensado. Foi com isso em mente que o Museu de Belas Artes em São Francisco, nos Estados Unidos, decidiu organizar uma exposição que mostra como a Muslim fashion pode ser linda, inovadora e atrair até clientes não muçulmanos. Para Susan Brown, curadora da mostra, “na mídia, com frequência, vemos mulheres muçulmanas apresentadas com uma burca ou cobertas de preto da cabeça aos pés. No entanto, quando você viaja pelo mundo islâmico, existem comunidades vibrantes e apaixonadas de mulheres que estão na moda. No ocidente, estamos muito atrasados nesse assunto”.

Halima Aden, top muçulmana que se tornou a primeira modelo a desfilar de hijab para grandes marcas

De fato a representação de mulheres islâmicas, apesar de todos os avanços, ainda é em roupas escuras e monótonas, o que facilita os estereótipos. Mas ao se deparar com as inúmeras possibilidades estéticas, é preciso reconhecer que a moda muçulmana está longe de ser entediante. Além disso, é importante lembrar que a população islâmica está espalhada por muitas partes do planeta, o que leva a culturas e interpretações muito diferentes na hora de se vestir. Enquanto em alguns lugares mulheres precisam cobrir todo o rosto e corpo, em outros, por exemplo, o simples uso de roupas mais largas já basta.

Com cada vez mais mulheres muçulmanas entrando no mercado de trabalho e investindo em vestuário, a estimativa é que este nicho da indústria da moda cresça para 311 bilhões de dólares até 2024. Atualmente, muitas das principais marcas de luxo, como Burberry e Dolce & Gabbana, criam coleções especiais para atender esta parcela da clientela. Em 2017, a Nike desenvolveu o primeiro hijab esportivo usando tecidos tecnológicos com cobertura total e alta performance. Uma verdadeira conquista às atletas muçulmanas. (por Alicia Gouveia)

Coleção Victory Swim Collection, da Nike || Créditos: Reprodução
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