Um dos livros mais famosos do século 20, “O Diário de Anne Frank” está envolvido em uma polêmica disputa por direitos autorais. Escrito pela adolescente de mesmo nome durante a ocupação alemã da Holanda, entre 1938 e 1945, o livro colocou em lados opostos aqueles que defendem sua classificação como domínio público a partir do ano que vem, 71 anos após a morte de Anne no campo de concentração alemão Bergen-Belsen, e os defensores da fundação criada pelo pai da jovem escritora, Otto Frank, e que recebe os royalties do diário até hoje.
Morto em 1980, Otto foi o único sobrevivente de sua família e o responsável pela publicação do diário, em 1947, após a criação da Fundação Anne Frank, com sede na Suíça, e para a qual ele doou os direitos autorais da obra póstuma até 2016.
A fundação, no entanto, acredita que Otto é coautor do diário, e por isso a titularidade por seus direitos autorais pode ser estendida por mais 70 anos a partir da morte dele, ou até 2050, evitando assim sua classificação como obra de domínio público. O imbróglio está longe de ser resolvido, e em jogo está mais de US$ 1,5 milhão por ano (R$ 5,7 milhões). (Por Anderson Antunes)