Camila Yahn entrevista o jornalista Godfrey Deeny, do Financial Times

Encontrei Godfrey Deeny em uma sala de desfile e sentei para bater um papo. Jornalista do “Financial Times”, ele está no Brasil pela sexta vez e acompanha da forma que pode o desenvolvimento da moda brasileira. Convidado do Fashion Rio, adianta que não poderá ir à São Paulo Fashion Week pois o evento bate com a semana de moda masculina italiana. Do Rio ele embarca direto para Milão.
* Godfrey, como muitos outros jornalistas e editores internacionais, se decepcionou quando as passarelas daqui mostram uma moda excessivamente europeia. Em seus artigos, destaca aqueles que conseguem dar um “brazilian twist” às marcas e coleções.
* Sobre a tendência gótica que está marcando o inverno, ele diz: “Olivier Theyskens fez isso na Rochas e obviamente ficou no ar e é natural que isso aconteça. O frustrante é que a gente não vê isso feito de uma forma brasileira. A Osklen, por exemplo, pega o Niemeyer e põe nas roupas e isso é o legal de ver”.
* Godfrey detecta um dos problemas: “O Brasil é um país muito rico visualmente. Há ótimas estamparias, boas empresas e profissionais muito criativos, mas as pessoas não pensam o suficiente. Está todo mundo olhando para a Europa enquanto o Brasil é uma fonte riquíssima”.
* Até agora, Godfrey gostou do desfile de Lucas Nascimento, “um brasileiro com experiência europeia, que tem senso de humor e sofisticação”, e da estreante Giulia Borges. “Pelo menos é algo mais teatral e escapista que faz as meninas se sentirem especiais”.
* “É sempre um prazer estar aqui. Mas eu sei que o lado mais sério do business está em São Paulo, não tão especial como o Rio. Mas na moda parece ser assim mesmo. Nós vamos para Milão quando deveríamos estar em Roma”.

por Camila Yahn

Sair da versão mobile