O dia 2 de abril é o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, transtorno ainda cercado de mistérios e pouco conhecimento. E, mesmo que as informações sobre o tema e seu tratamento estejam cada vez mais precisas, pouco se fala sobre a sociedade e seu papel na inclusão real do autista, aquela que dará condições para que esses indivíduos sejam parte atuante da comunidade, exercendo seus papéis de cidadãos com qualidade de vida.
Na internet, Marcos Mion é conhecido por se dedicar ao tema e sempre que pode faz vídeos ao lado de Romeo, portador do transtorno, falando tanto de momentos divertidos, como de assuntos sérios relacionados à questão. O engajamento é tanto que recentemente foi criada a lei Romeo Mion, que institui a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, com objetivo de garantir a prioridade de atendimento.
E em meio ao isolamento que o mundo vive para o controle da disseminação do novo Coronavírus, o Dia Mundial do Autismo, lembrado em todo o globo e marcado pela cor azul, tem uma movimentação diferente. Mion usou o IGTV para fazer um vídeo falando sobre isso:
Conforme identificado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), os indivíduos com deficiências intelectuais e atrasos no desenvolvimento, independente da idade, possuem um risco maior de contágio pelo coronavírus, além de, se infectadas, poderem apresentar condições mais agudas da doença.
O Grupo Conduzir, que tem como foco o trabalho o atendimento a crianças, adolescentes e adultos com transtorno do neurodesenvolvimento leve, moderado ou grave, sobretudo as que se enquadram nos Transtornos do Espectro Autista (TEA), dá dicas de como as famílias podem otimizar o tempo livre dos autistas:
“Com as aulas suspensas e os estabelecimentos públicos, como parques e shoppings, fechados, as famílias precisam suprir o tempo vago em função da mudança de rotina e usar a criatividade para evitar muito tempo ocioso, além de, de alguma forma, manter parte das atividades pedagógicas e terapêuticas, para dar continuidade à aprendizagem das crianças.”
“Geralmente dos 2 aos 5 anos, as crianças “típicas” entram em uma fase de jogos simbólicos. É a idade que elas começam a fazer brincadeiras de faz de conta, criando de forma imaginária situações e locais, como ao brincar de “escolinha”, “médico” ou “super-heróis”, atribuindo diferentes significados aos objetos.”
“Sabemos que no caso de pessoas com TEA, essa habilidade pode ser mais difícil de ser desenvolvida em função da dificuldade de representar e simbolizar sobre objetos, já que exploram os mesmos em suas propriedades físicas, e não extraem o sentido “não funcional” deles. Sendo assim, uma das atividades sugeridas, por exemplo, é começar escolhendo o que os pais acreditam ser mais simples e não prolongar muito o tempo da brincadeira. Dar modelos de como brincar, mostrar vídeos ou figuras que possam ajudar.”
“Os pais podem se fantasiar também com roupas deles mesmos, fantasias ou outros acessórios divertidos que possam ter em casa. Construir tendas, usando cadeiras e lençóis fingindo ser um acampamento. Fazer fantoches de meias e montar uma apresentação de teatro. Procurar no quintal, na cozinha, e em outros lugares da casa, itens para “brincar de cozinhar” ou para “fazer uma poção mágica”. Assim como montar um carro com caixa de papelão e dirigir pela casa. São algumas das propostas.”