No aniversário de Paulo Francis, 11 frases da língua mais ferina do jornalismo

Paulo Francis em retrato de Bob Wolfenson || Créditos: Bob Wolfenson/Site PF

Dono de uma das línguas mais ferinas da história do jornalismo brasileiro, Paulo Francis era um frasista nato. Nascido Franz Paul Trannin da Matta Heilborn, o jornalista completaria 86 anos de vida nesta sexta-feira e é curioso imaginar o que ele teria a dizer sobre o atual momento político e econômico do Brasil. Francis, aliás, foi um dos primeiros membros da grande imprensa a denunciar, meses antes de sua morte, em fevereiro de 1997, que havia um esquema de corrupção em curso na Petrobras.

Na ocasião ele chegou a dizer, durante uma edição do programa “Manhattan Connection”, que alguns diretores da estatal “possuíam dezenas de milhões de dólares em contas secretas na Suíça”. A declaração rendeu ao jornalista um processo movido contra ele na justiça americana por executivos da Petrobras, liderados pelo então CEO da companhia, Joel Rennó, no qual eles exigiam uma indenização de US$ 100 milhões (em torno de R$ 103 milhões, de acordo com a cotação da época). Morador de Nova York, Francis passou seus últimos dias lidando com o estresse da situação, e alguns amigos dele acreditam que foi isso que ocasionou o ataque cardíaco que o vitimou. (Por Anderson Antunes)

Além da premonição sobre a maior empresa brasileira, Glamurama selecionou onze frases dele que continuam mais atuais do que nunca. Confira:

“Todo otimista é um mal informado.”

“Talvez o Brasil já tenha acabado e a gente não tenha se dado conta disso.”

“A vida é muito mais variada, anárquica e imprevisível do que sonham os ideólogos.”

 “Não levo ninguém a sério o bastante para odiá-lo.”

 “Apenas os idiotas não se contradizem.”

 “Intelectual não vai à praia. Intelectual bebe.”

 “A ignorância é a maior multinacional do mundo.”

 “O Brasil é um asilo de lunáticos onde os pacientes assumiram o controle.”

 “Não há quem não cometa erros, e grandes homens cometem grandes erros.”

 “O Brasil sempre foi a casa da mãe Joana de elites sub-reptícias que fazem o que querem.”

 “Qualquer pessoa inteligente é contraditória.”

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