No aniversário de Chris Rock, relembre 5 momentos em que ele provou que fazer humor é uma arte

Chris Rock || Créditos: Getty Images

Tivesse Kevin Hart buscado se aconselhar com o colega de profissão Chris Rock assim que foi chamado para apresentar o Oscar, talvez a parceria dele com a Academia não teria se transformado no fiasco que custou a ele o job tão cobiçado pelos comediantes. Rock, é claro, foi o host da maior premiação de Hollywood em duas ocasiões – em 2005 e 2016 – e sabe muito bem que com certas polêmicas e tabus não se brinca.

Mas isso não significa que o rei do riso, que está completando 55 anos nessa sexta-feira, não se arrisque na arte de usar o humor para causar e fazer pensar ao mesmo tempo em que diverte – e tá aí o currículo recheado de sucessos dele pra provar isso.

Como presente de aniversário para Rock e seus fãs, Glamurama lista a seguir 5 desses grandes momentos que o tornaram um dos maiores ícones da comédia em todos os tempos. (Por Anderson Antunes)

Rock na cena icônica de “Vou Te Pegar Otário” || Créditos: Reprodução

A ponta em “Vou Te Pegar Otário”, em 1988

Paródia do movimento cinematográfico “Blaxploitation”, que nos anos 1970 resultou em um lançamento em massa de filmes produzidos, estrelados e dirigidos por negros, a comédia escrachada contém uma mensagem importante que a transformou em “cult” no universo da sétima arte, além de ser hilária. Rock teve seu grande momento nela, na época com apenas 23 aninhos, interpretando um homem desesperado para comprar costelas de porco porém sem grana suficiente para tal. Para muitos, a cena com menos de dois minutos em que tudo ocorre é a melhor da fita.

O comediante em um de seus papéis mais “sérios” || Créditos: Reprodução

O papel central em “New Jack City: A Gangue Brutal”, em 1991

Levou alguns anos para que Rock finalmente ganhasse um papel maior no cinema, e isso finalmente aconteceu nesse longa de ação que ele co-estrelou com Wesley Snipes e Ice T. O ar mais “sério” da elogiada produção, cujo pano de fundo é a epidemia de crack que assolou Nova York na segunda metade dos anos 1980, permitiu ao comediante a chance de mostrar seu talento como ator na pele de um dependente químico que acaba se tornando colaborador da polícia. Mas também coube a ele garantir os risos da platéia, tarefa dada e cumprida.

“Por que meu cabelo não é ‘bom’, papai?” || Créditos: Reprodução

O documentário “Good Hair”, de 2009

Já devidamente estabelecido na carreira, Rock teve a ideia de rodar esse excelente documentário quando sua filha pequena lhe questionou por que “não tem cabelo bom”. Diante da pergunta que constatava a percepção da menina sobre uma visão errada imposta pela sociedade – a de que as madeixas crespas não podem ser tão belas quanto as lisas – ele achou por bem fazer algo para mudar isso. O doc contém um olhar detalhado sobre a indústria voltada aos consumidores afrodescendentes dos Estados Unidos, que movimenta US$ 9 bilhões (R$ 33,4 bilhões) no país, sempre com muito bom humor mas jamais fazendo graça com o que não se deve. Oprah Winfrey adorou.

Rock atuando ao lado de Delpy: os dois são craques || Créditos: Reprodução

A dobradinha com Julie Delpy em “2 Dias em Nova York”, de 2012

Continuação de “2 Dias em Paris”, a comédia romântica franco-alemã de 2007 que lançou Delpy ao estrelado, que fala sobre uma francesa que se muda para a Big Apple com o intuito de ficar mais perto do pai de seu filho tem cara e orçamento de filme “indie”, mas fez o maior sucesso e obteve ótimas críticas. Fazendo dobradinha com Delpy como o namorado da personagem dela, ambos afiadíssimos, Rock deixou claro que não vê o menor problema em trocar os altos salários hollywoodianos pela chance de fazer algo com mais conteúdo.

Rock e Dawnson (à direita) na “quase cinebiografia” dele || Créditos: Reprodução

O ‘conjunto da obra’ em “O Auge da Fama”, de 2014

Escrita, dirigida e estrelada por Rock, a comédia dramática conta a história de um astro do cinema (papel dele) que é forçado a reviver o passado durante uma entrevista que concede para uma repórter vivida por Rosario Dawson. Filmada com míseros US$ 12 milhões (R$ 44,6 milhões), dinheiro de troco em Hollywood, arrecadou mais do que o dobro disso nas bilheterias depois de ser lançado em grande estilo no Festival de Cinema de Toronto. Classificada como “inteligente”, “divertida” e “mordaz” por quem entende do assunto, é considerada uma “quase cinebiografia” de seu criador, e sem cortes. Isso é que é ser “edgy”.

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