Estreia nesta terça-feira “O Tempo Não Para”, substituta de “Deus Salve o Rei” na faixa das sete da Globo. Nos bastidores, só se fala na química entre o casal de protagonistas, Nicolas Prattes e Juliana Paiva, que acabou se envolvendo também na vida real – apesar de evitar falar no assunto. Por conta desse pé atrás, perguntamos para o ator, só “em linhas gerais”, por que acontece tanto de colegas de elenco se apaixonarem… “Em linhas gerais… É uma linha tênue que a gente vive na nossa profissão. Vou pra casa tomar banho e estou com a tatuagem do personagem. Passo 12 horas por dia vivendo a vida do cara, 8 dormindo e só 4 sou o Nicolas. Durante 9 meses… Levo trabalho pra casa, sim. Sou um pouco de todos os personagens que já fiz. Estou ali sendo aquele cara durante todo esse tempo… Os dois solteiros, fazendo casal, em um momento de carreira bacana… A gente [ele e Juliana] pensou: se sair [que estão juntos], a divulgação da novela vai ser melhor ainda. Não tem do que reclamar. Eu digo que tem química, não posso negar”.
Cleo forma com os dois pombinhos um triângulo: a personagem dela, Betina, era noiva de Samuca, papel de Nicolas, antes de Marocas – vivida por Juliana – aparecer, despertando depois de ficar 132 anos congelada. “Com a Betina era aquela coisa: eles tinham os mesmos amigos, mesmas ideias, pensavam parecido. Era aquele relacionamento ok. Se a Marocas não tivesse aparecido, eles teriam casado. Então vem essa impaciência, raiva, esses sentimentos que afloram na Betina e explicam o que ela vai fazer. Não a rotulo como vilã. Ela faz o que tem que fazer e o texto é muito bem escrito, realista, na medida certa… Não fica parecendo que exagerou, que não precisava…” Difícil dispensar um mulherão como a Cleo, né? “A Cleo é realmente isso, uma figura que te atrai. É muito gostoso estar trabalhando com ela. Mas nem tem cena dos dois como casal. Assim que a novela começa, aquele raio já me atinge no coração [a paixão por Marocas]. Mas novela tem idas e vindas, quem sabe”.
Samuca é um empresário engajado em causas sociais. Sobre seu estilo… “Estou doido pra me ver de empresário no ar. Sabe o que é Birken? Aquela sandália… Ele usa. Vai pra reunião com o cara que vai doar 500 milhões para a empresa dele assim. Ele quebra rótulos. Tem um assistente com síndrome de Down. Não tem preconceitos: a pessoa tem que ser competente e só… Eu tenho lojas de cosméticos com a minha família, quem toca são meus pais. Mas eu pago conta de funcionário. Sei filtrar problemas, lidar com pessoas. E o Samuca é assim: difícil tirar ele do eixo, ver ele gritando, perdendo a rédea… Tanto que no início ele não sabe que está apaixonado pela Marocas. Começa a perceber porque pela primeira vez na vida perde uma reunião… Isso porque estava no hospital com ela”.
Sobre a pressão de fazer o mocinho: “Todo mundo gosta de sair da zona de conforto, de se renovar… Estou aprendendo a cada dia, fazendo…” Ah, e o que esse personagem já ensinou para Nicolas? “Desde que comecei a interpreta-lo, estou mais centrado, não marco bobeira”. (por Michelle Licory)