Cidade detentora de inúmeros superlativos, Nova York está sendo notícia por causa de um título longe de positivo que conquistou recentemente. Devido aos incêndios florestais no Canadá, que são comuns nessa época do ano por lá, mas estão cada vez mais intensos e duradouros, a fumaça se espalhou tão intensamente que na manhã dessa quinta-feira (8) chegou a encobrir praticamente todo o céu da Big Apple, que amanheceu sob uma névoa de cor mais alaranjada e carregada de substâncias tóxicas.
Além do choque visual, que resultou no “desaparecimento” dos icônicos arranha-céus de NY e na impossibilidade de circulação de automóveis e pedestres em alguns pontos da metrópole, a qualidade do ar em alguns de seus pontos mais movimentados, como os bairros Queens e Bronx, receberam a classificação numérica de 392 em um sistema de monitoramento das emissões de gases mantido pelo governo americano.
Esse recurso, conhecido popularmente como AirNow e disponível para consulta online pela população, classifica os números acima de 100 como indicativos de ares nocivos e insalubres, e os que superam a marca de 300 como extremamente perigosos. Até então, o maior número registrado no AirNow foi inferior a 200, cerca de dois anos atrás.
Nova York é uma das cidades que mais têm dificuldade para melhorar o ar que se respira em sua área, e recentes relatórios publicados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) alertavam sobre os riscos de não se buscar uma solução urgente para o problema, porém não eram levados a sério pelas autoridades nova-iorquinas.
A “neblina tóxica” que se viu muito além de Manhattan na manhã desta quinta, e ainda parcialmente presente no céu da região metropolitana de NY, parece ter sido o “susto” que faltava para que uma mudança de comportamento nesse sentido começasse.