O ex-bilionário indiano Anil Ambani, que há cerca de um ano tinha uma fortuna estimada em US$ 1,7 bilhão (R$ 7,7 bilhões), declarou à justiça do Reino Unido dias atrás que está completamente “zerado”. “O valor dos meus investimentos colapsou”, explicou o outrora membro do clube dos dez dígitos por meio de seus advogados em uma ação que corre em Londres e na qual é cobrado por uma dívida total de US$ 700 milhões (R$ 3,15 bilhões) que tem com vários bancos britânicos. “O meu patrimônio pessoal nesse momento é igual a zero, quando se leva em conta meus maiores bens e minhas dívidas, e portanto não possuo ativos que possam ser liquidados para honrar qualquer pagamento”, declarou aquele que já foi um dos homens mais ricos da Índia.
Com empresas em diversos setores, de mídia e comunicação ao de armas e tecnologia militar, Ambani viu quase todas irem à bancarrota por causa de uma série de decisões ruins que o forçaram a contrair perto de US$ 1 bilhão (R$ 4,5 bilhões) em empréstimos para tentar salvá-las. O plano não deu certo, e os credores começaram a procurá-lo para reaver os valores comprometidos, mas a maioria sem muito sucesso. Só mesmo a sueca Ericson, para a qual Ambani devia US$ 77 milhões (R$ 347 milhões), conseguiu recuperar o dinheiro depois de processá-lo no ano passado na Suprema Corte da Índia – as autoridades do país asiático determinaram que ou ele quitava o débito ou iria para a cadeia.
Ambani, no entanto, não está totalmente desamparado. É que o irmão dele, Mukesh Ambani, que é dono do conglomerado industrial Reliance Industries Ltd., é o homem mais rico da Índia atualmente, com estimados US$ 51,4 bilhões (R$ 231,6 bilhões) na conta. Menos sorte teve Eike Batista, que há cerca de sete anos viu seus US$ 34,5 bilhões (R$ 155,5 bilhões) virarem US$ 0 do dia pra noite e, de quebra, entrou para a história como a pessoa que mais perdeu riqueza em um curto período de tempo de que se tem notícia. (Por Anderson Antunes)