Parlamentares da oposição (PT e PSOL) acusam os deputados tucanos de tentar blindar as investigações sobre a chamada “Máfia da Merenda” na Assembleia Legislativa de São Paulo. Os petistas não conseguem as assinaturas suficientes para criar uma CPI sobre o caso __ só têm 24 das 32 necessárias _ e seguem tentando fazer convocações dos envolvidos em comissões permanentes que já funcionam no Legislativo.
Na semana passada, o líder do PSDB, Carlão Pignatari, pediu vista (suspensão) da votação de 15 requerimentos na Comissão de Educação. O tucano diz que não há obstrução às investigações e afirma que ao PSDB interessa que as apurações ocorram. “PT e PSOL estão tentando tumultuar por causa do que está acontecendo em Brasília. Não existe máfia de merenda. Ninguém roubou merenda. Está se falando de suco de laranja”, justificou.
O caso sob investigação do Ministério Público refere-se à suspeita de contratos superfaturados do governo do Estado com cooperativas para compra de produtos agrícolas e suco de laranja para a merenda escolar. O líder tucano diz que propôs que fossem convidados a prestar esclarecimentos, e não convocados, o secretário de Educação, José Nalini, o ex-chefe de gabinete da pasta Fernando Padula e o ex-chefe de gabinete da Casa Civil Luiz Roberto dos Santos, o Moita. A oposição rejeitou o acordo. Segundo o tucano, convocações de ex-funcionários públicos são inconstitucionais e o PSDB só quer fazer o que é correto regimentalmente. (Por Malu Delgado)