QUEM CONTA UM CONTO…
“Um dia de chuva”, um dos últimos contos escritos pelo escritor português Eça de Queiroz (1845-1900), está sendo lançado pela editora Cosac Naify, neste mês, numa edição independente. Eça não conseguiu terminar este texto antes de sua morte, deixando-o “inacabado”, o que fez com que críticos lhe atribuíssem “um traço de modernidade”, valorizando-o bastante por isso.
* Mesmo assim, esta que é considerada uma “pequena obra-prima” pelo crítico Antonio Candido permanecia pouco conhecida e só tinha sido publicada, aqui no Brasil, como parte integrante das obras completas do escritor.
* O enredo de “Um dia de chuva” é simples e aponta para uma singela história de amor, encoberta por uma chuva incessante. José Ernesto, um solteirão de Lisboa, vai ao norte de Portugal para comprar uma quinta, pois pretende deixar a vida na cidade grande. Ao chegar à propriedade, sucedem-se vários dias de chuva sem trégua e ele fica impossibilitado de visitá-la. Enquanto aguarda a tempestade estiar, o personagem ouve ao redor de uma boa mesa, ao sabor das iguarias rurais e do vinho, o padre contar as vantagens do terreno e a história da família que habitava o local. É nesta conversa que ele ouve falar de D. Joana, filha do proprietário, por quem se apaixona mesmo antes de conhecê-la.
* A chuva permeia o conto e define seus limites, criando uma espécie de cortina através da qual o leitor enxerga, junto com José Ernesto, o casarão do século XVI com seus cômodos, corredores e memórias de seus antigos donos. Se o texto conduz o leitor ao ambiente exterior, marcado pela chuva torrencial, as ilustrações de Guazzelli, nas cores azul e marrom, fazem uma referência à azulejaria portuguesa e acentuam a chuva, criando a atmosfera romântica que se forma, gradativamente, entre o protagonista e a filha do proprietário.
* Neste conto, Eça estabelece, mais uma vez, o paralelo entre os males da cidade e as excelências da vida próxima à natureza, que pode ser verificado em alguns de seus romances como “A ilustre casa de Ramires” (1900) e “A cidade e as serras” (1901).
AGENDA DA VILA – 14 a 20/2
FRADIQUE
15/2 – Terça
– Curso: Erro, mas Escrevo – Módulo II, com Marne Lucio Guedes. Das 14h às 16h. Até 29/3. Valor: R$ 490.
*Lançamento: “Aurora do Tempo”, de Olga Gil. Das 18h30 às 21h30. Piso térreo.
17/2 – Quinta
– Lançamento: “A Tessitura dos Direitos – Patrões e Empregados na Justiça do Trabalho”, de Larissa Rosa Corrêa. Das 18h30 às 21h30.
19/2 – Sábado
– Café Lacaniano: com Geraldino Alves ferreira Netto e Deise Miriam Rossi. Das 11h às 13h.
VILA DA CRIANÇA
19/2 – Sábado
– Lançamento infantil: “Na Rua da Aquarela”, de Gabriella Mancini. Das 16h às 17h. Piso térreo. Haverá atividade infantil.
20/2 – Domingo – Oficina de Máscaras. Das 16h às 17h.
LORENA
15/2 – Terça
– Lançamento: “Terceirização e Responsabilidade do Tomador de Serviços”, de Michel Olivier Giraudeau. Das 19h às 22h. Piso superior.
*Palestra: “As grandes questões e a filosofia”, com Luiz Bueno. Das 19h30 às 21h.
19/2 – Sábado
– Lançamento: “Laboratório das Flores”, de Gigi Anhelli. Das 16h às 19h.
VILA DA CRIANÇA
19/2 – Sábado
– Contação de histórias: “O Último Carnaval do Dragão”, com Danielle Andrade. Das 16h às 17h.
20/2 – Domingo
– Contação de histórias: “Por Que os Mosquitos Zunem no Ouvido da Gente”; “Nzuá” e “O Arco-Íris”, com Julio D’Zambé e Débora D’Zambé. Das 16h às 17h.
SHOPPING CIDADE JARDIM
16/2 – Quarta
– Lançamento: “O Pintor Tekton”, de Luigi Longo. Das 18h30 às 21h30. Piso térreo.
VILA DA CRIANÇA
19/2 – Sábado
– Lançamento infantil: “Revista Pirô”, de Professor Sassá. Das 16h às 17h. Piso térreo.
20/2 – Domingo
– Contação de histórias: “Pepê, o Porquinho Porcalhão”, com Cantiga Criança. Das 16h às 17h.
MOEMA
14/2 – Segunda
– Roda de Leitura Compartilhada: Arte de Ouvir e Contar Histórias, com mediação da psicanalista Marcela C. Schild Vieira. Das 18h30 às 20h. Valor: R$ 20.
VILA DA CRIANÇA
20/2 – Domingo
– Contação de histórias: “Pepê, o Porquinho Porcalhão”, com Cantiga Criança. Das 16h às 17h.
Por Anna Lee