Em meio a euforia causada pelo lançamento do iPad, o e-reader da Apple que une computador, videogame, tocador de música e vídeo e leitor de livro digital, chega ao Brasil pela Record.

NÃO CONTEM COM O FIM DO LIVRO

Em meio a euforia causada pelo lançamento do iPad, o e-reader da Apple que une computador, videogame, tocador de música e vídeo e leitor de livro digital, chega ao Brasil pela Record a obra – impressa, diga-se – “Não Contem com o Fim do Livro”, com conversas entre o intelectual Umberto Eco e o roteirista e ensaísta Jean-Claude Carrière, intermediadas pelo jornalista Jean-Philippe de Tonnac, sobre o futuro do livro tal como o conhecemos hoje.

A questão colocada como “o fim do livro” parece excessivamente dramática e, claro, desperta protestos dos saudosistas de plantão. É preciso entender que o que se está discutindo, pelo menos por enquanto, é o fim do suporte papel quando as novas tecnologias começarem a democratizar os livros eletrônicos, e não o fim da literatura.

Eco e Carrière percorrerem cinco mil anos de existência do texto impresso e analisam como as variações ao redor do objeto livro não modificaram sua função, nem sua sintaxe. E mostram que e-readers e demais avanços tecnológicos, que podem enriquecer as obras com vídeos, animações e mecanismos interativos, são apenas uma evolução: as páginas podem não ser mais de papel, mas o livro permanecerá o que é.

Assim, é preciso relativizar a “revolução” anunciada e deixar as discussões mais acaloradas para quando todos esses avanços começarem a significar mudanças no sentido das palavras e da interpretação das sentenças e dos enunciados, se é que isso vai acontecer.

Por Anna Lee

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