TEMPO DE ALICE
Aproveito o lançamento no Brasil, neste final de semana, do tão esperado filme “Alice no País das Maravilhas”, de Tim Burton, e também que, nesta sexta-feira, 23, comemora-se o Dia Mundial do Livro, para indicar a edição primorosa que a Cosac Naify lançou do clássico de Lewis Carroll (1832-1898), obra da qual se pode dizer que faz parte do imaginário coletivo. Afinal, quem já não leu um livro ou viu um filme, que seja da Disney, ou pelo menos ouviu falar da história nonsense da menina Alice que cai numa toca de coelho e vai parar num lugar povoado por criaturas fantásticas e enigmas?
No entanto, o grande ganho da edição da Cosac Naify, lançada no final do ano passado, é que a combinação da versão integral do texto de Carrol, traduzida pelo historiador Nicolau Sevcenko, e das ilustrações do artista plástico Luiz Zerbini, que criou cenários feitos de cartas de baralho das quais saltam os personagens, por meio de recortes, proporcionando ao leitor uma incrível viagem ao País das Maravilhas de Alice, serve a crianças e adultos. É como a escritora Ana Maria Machado, que também já traduziu “Alice”, diz na quarta capa: “Não se dirige preferencialmente ao adulto (como a de Sebastião Uchoa Leite) nem à criança brasileira (como a minha), mas se equilibra (…) numa delicada corda-bamba”.
Durante a leitura, ainda é possível perceber o encantamento que Sevcenko diz ter por “Alice no País das Maravilhas”, desde que o leu na infância, em sua impecável tradução e no posfácio exclusivo, “O País das Maravilhas e o Reino das Marmotas”, que escreveu para essa edição e no qual descreve o contexto da rígida cultura vitoriana em que o livro foi originalmente escrito: “Alice, nesse sentido, é uma figura rebelde, que enfrenta, cheia de espanto e indignação, as criaturas presunçosas, mal-humoradas e falastronas do Mundo das Maravilhas. (…) Atrás de cada uma delas está um tipo de instituição vitoriana que Lewis Carroll satiriza e Alice desacata, para a diversão e desforra dos leitores”.
A edição é complementada por indicações de ensaios sobre Alice, biografia do autor e uma relação de artistas que já se aventuraram pelo País das Maravilhas, além de uma pequena filmografia baseada na obra original.
OS MAIS VENDIDOS NA VILA 09 a 16/04
Ficção
1. “A Elegância do Ouriço”, Muriel Barbery (Cia. das Letras)
2. “Bordados”, Marjane Satrapi (Cia. das Letras)
3. “O Mundo Pós – Aniversário”, Lionel Shriver (Intrínseca)
4. “Léxico Familiar”, Natalia Ginzburg (Cosacnaify)
5. “Eu Mato”, Giorgio Faletti (Intrínseca)
6. “A Menina Que Não Sabia Ler”, John Harding (Leya)
7. “Uma Esposa Confiável”, Robert Goolrick (Alfaguara)
8. “Box Carlos Drummond de Andrade” – 3 livros de Carlos Drummond de Andrade (Best Seller)
9. “Os Homens Que Não Amavam as Mulheres”, Stieg Larsson (Cia. das Letras)
10. “A Estrada”, Cormac Mccarthy (Alfaguara)
Não-ficção
1. “Pelé 70”, vários autores (Realejo)
2. “Criação Imperfeita – Cosmo, Vida e Código Oculto”, Marcelo Gleiser (Record)
3. “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”, Leonardo Narloch (Leya)
4. “A Longa Marcha dos Grilos Canibais”, Fernando Reinach (Cia. das Letras)
5. “As Melhores Viagens do Mundo”, Graig Doyle (Publifolha)
6. “O Livro do Brigadeiro”, Juliana Motter (Panda Books)
7. “Um Certo Verão na Sicília”, Marlena de Blasi (Objetiva)
8. “Sigmund Freud – (1911 – 1913)” – Vol. 10, (Cia. das Letras)
9. “Culinária Italiana – Receitas Especiais Fáceis de Fazer”, Jennifer Donovan (Publifolha)
10. “Os Caminhos de Mandela”, Richard Stengel (Globo)
Por Anna Lee