Anna Lee conta os livros mais bacanas sobre o carnaval

CARNAVAL EM LETRAS

Não são só os livros que servem de inspiração para enredos de escolas de sambas, como foi o caso neste ano das agremiações cariocas Império da Tijuca, União da Ilha e Salgueiro, que foram tema das nossas duas últimas colunas. Carnaval também dá livro. “Sambas de Enredo: História e Arte”(Record), de Alberto Mussa – o mesmo autor de “O Trono da Rainha Jinga” (Record), que serviu de referência para o Império da Tijuca –, em parceria com Luiz Antônio Simas, é um dos que estão na nossa Estante.

Neste livro, que acaba de ser lançado, os autores, depois de ouvirem mais 1.300 sambas de enredo, produziram uma introdução à história do samba e chegaram à conclusão que o “tom poético” e a “originalidade” são elementos essenciais em um bom samba de enredo. Mais. Eles apresentam os acontecimentos e os personagens que fizeram parte desse processo histórico.

NA NOSSA ESTANTE…

… ainda há outros bons livros sobre o Carnaval: “Carnaval, Seis Milênios de História”(Gryphus), de Hiram Araújo – Este autor apresenta uma valiosa compilação de informações sobre o Carnaval e sobre as escolas de samba cariocas em particular, apresentando a história dessa festa em quatro peíodos: o Originário, (de 4.000 anos a.C. ao século VII a.C.), o Pagão, (do século VII a.C. ao século VI d.C.), o Cristão (do século VI d.C. ao século XVIII d.C.) e o Contemporâneo (do século XVIII d.C. ao século XX). E, na introdução, Araújo avisa: “É importante não nos esquecermos que o Carnaval é um ritual fundamentalmente cristão”.

“Inventando Carnavais: O Surgimento do Carnaval Carioca no Século XIX e Outras Questões Carnavalescas” (UFRJ), de Felipe Ferreira –” Carnaval é festa civilizatória. Seu febril reinado sobre os homens é antigo e vasto. Loucura coletiva e multifacetada, paradoxalmente regrada, a um só tempo brincadeira e coisa séria, incitando a paixão a vivê-la e desafiando a razão a entendê-la”. Neste livro, Ferreira conduz o leitor ao século XIX e começo do século XX, pelos meandros da conformação do Carnaval em três diferentes cidades. Duas delas européias: Paris, que baila e brilha com seu Carnaval, e a mediterrânea Nice, recém-incorporada à França, que logo define sua bela festa como foco de atração de viajantes. A terceira é o Rio de Janeiro, capital do Império e, logo em seguida, da nascente República brasileira, com seus carnavais múltiplos num jogo tenso de interinfluências entre diferentes camadas e grupos sociais. Um dos destaques da obra é a demostração da importância da própria geografia do centro do Rio na estruturação da festa carnavalesca.

“História do Carnaval Carioca” (Record), de Eneida de Moraes – Este livro foi publicado pela primeira vez em 1958 e, sete anos depois, tornou-se tema do Salgueiro, sendo que a editora Record o reeditou, revisado e ampliado por Haroldo Costa. Eneida (1903-1971) era conhecida como uma grande foliã do Carnaval carioca, criadora do famoso Baile dos Pierrôs. No livro, ela fala das origens da festa no Rio, dos bailes, das máscaras e fantasias, dos lança-perfumes, dos blocos, do Bola Preta, das bandas, das músicas, dos desfiles, das batalhas de confetes, enfim, de tudo que projetou o Carnaval carioca para o mundo.

AGENDA DA VILA – 15 A 21/2

LV FRADIQUE

20/2 – Sábado –

Vila da Criança – Contação de Histórias e Oficina de Desenho: Um Saci no Meu Quintal, com Mônica Stahel. Das 16h às 17h.

LV LORENA

20/2 – Sábado –

Oficina de Carnaval: Móbile de Máscaras, com Luciana Siqueira. Das 16h às 17h. 21/2 – Domingo – Contação de Histórias: “Sapatilhas Cor de Rosa”. Das 16h às 17h.

Por Anna Lee

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