RIGOR E CIRCO
Inspirada pelo desfile de Ronaldo Fraga no SPFW, o mais poético de todos os estilistas brasileiros, que, na terça, 19, fez homenagem à coreógrafa e dançarina Pina Bausch (1940-2009), a coluna indica o livro “Pina Bausch” (Cosac Naify), de Fabio Cypriano.
*A obra é um ensaio no qual o autor trata da trajetória de uma das mais importantes coreógrafas do século XX, criadora da linguagem chamada “teatro-dança”. Cypriano reconstrói o percurso e o processo de trabalho da companhia de Pina Bausch, o Tanztheater de Wuppertal, na Alemanha, desde os anos 1970 até a criação da peça brasileira “Água”, de 2001, destacando o método de pesquisa da coreógrafa. Segundo ele, Pina Bausch fazia uso “de elementos de culturas diversas, numa verdadeira ambição de criar com sua dança-teatro uma linguagem universal”.
*“A relação entre o erudito e o popular é a base da forma de observação de Bausch, uma artista interessada na gente das ruas, nas manifestações com raízes populares”, conclui Cypriano, que acompanhou o trabalho dos bailarinos e da coreógrafa no Brasil. O segundo bloco do livro é todo dedicado à peça brasileira e traz, inclusive, fotografias inéditas do belga Maarten Vanden Abeele.
E JÁ QUE…
…Ronaldo Fraga disse que sua coleção de inverno contém “o rigor de Pina Bausch num circo de Fellini”, aproveito para recomendar o catálogo da incrível exposição “Fellini, La Grande Parade”, que estava no Jeu de Paume (Concorde), em Paris, até o domingo, 17.
*Esta publicação, à venda no Brasil, é uma oportunidade de revisitar a obra de Federico Fellini, quando o filme “La Dolce Vita” está fazendo 50 anos, assim como constatar a atualidade do trabalho deste cineasta que marcou a história do cinema mundial.
por Anna Lee