NA ESTANTE por Anna Lee

FORMAS E LETRAS

A coluna aproveita a abertura, nesta quarta-feira, 28, da exposição “Rodin: do Ateliê ao Museu – Fotografias e Esculturas”, que fica em cartaz no MASP até 13 de novembro, com mais de 190 fotografias originais, 22 esculturas, incluindo “As Três Sombras”, que sai pela primeira vez do Museu Rodin, em Paris, para indicar o livro o poeta alemão Rainer Maria Rilke (1875-1926) sobre o artista francês Auguste Rodin (1840-1917).

Quando Rodin estava no auge de sua carreira, Rilke foi incumbido de escrever um estudo sobre a obra e a maneira como o célebre escultor francês criava e transmitia sua arte. O texto final que resultou em “Auguste Rodin” encontra-se nesta edição – cuja primeira edição foi lançada em português no ano de 203 –, acrescido do original de uma conferência e de outros textos do poeta sobre esculturas e desenhos do artista, além da reprodução das obras comentadas.

Escrito em 1903, o ensaio de Rilke analisa algumas das principais esculturas de Rodin, como “O Pensador”, “O Beijo” e “A Porta do Inferno”, entre outras, apresentando seu processo de evolução artística e convidando o leitor a observar a maneira única com que ele apropriava-se da luz e do espaço para dar vida às suas obras. Controvertido em sua época, inclusive pelo envolvimento com Camille Claudel, Rodin é visto por Rilke como um escultor capaz de trazer a inovação artística ao moldar suas figuras em toda a sua naturalidade, sem máscaras e artifícios.

O livro “Auguste Rodin” é fruto da convivência diária do poeta com o escultor: os dois cultivaram uma amizade profunda e intensa, o que possibilitou a Rilke, que se tornou secretário de Rodin por quatro anos, aprender com o mestre muitas das concepções artísticas que marcaram sua obra poética posterior.

 

DIA DE FESTA

Nessa quinta-feira, 29, a Fundação Biblioteca Nacional completa 199 anos de acervo, originado da coleção que pertenceu à família real, e quase um século de obras preservadas no edifício inaugurado em 1910, que fica na Cinelândia (Rio). Na mesma data é comemorado o Dia do Livro, e a Biblioteca lança, em parceria com a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, uma edição de “O Livro de Horas de Dom Fernando”, publicação fac-símile de um manuscrito datado de 1378, e ainda “Impresso no Brasil – 1808 a 1930”, da editora Verso Brasil, organizada pelo historiador da arte Rafael Cardoso. 

Por Anna Lee

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