Na estante

O ANEL DO NIBELUNGO

Penetrar nas grandiosas composições do alemão Richard Wagner (1813-1883) não é uma tarefa fácil, geralmente, um desafio possível apenas para os entendidos. Por isso, o fato de “O Anel do Nibelungo – Guia Prático do Ouvinte”, que Lúcia Schiffer Durães lança na segunda-feira, 21, na Livraria da Vila (Lorena), às 19h, ser o primeiro guia do tipo a ser lançado no Brasil com o objetivo de explicar para leigos a tetralogia de óperas “O Anel do Nibelungo” já lhe confere crédito suficiente para que seja aplaudido. Isso, apesar de especialistas terem considerado o livro redutor da obra do compositor. Wagner levou 26 anos para compor “O Anel do Nibelungo”, com de 16 horas de duração e contendo as óperas “Das Rheingold” (O Ouro do Reno – prólogo), “Die Walküre” (A Valquíria), “Siegfried” e “Götterdämmerung” (O Crepúsculo dos Deuses). No prólogo, surgem dois personagens, o deus Wotan e o anão Alberich, cuja ambição levará a uma série de tragédias. A trama é baseada na mitologia nórdica e começa com o furto de um anel poderoso por Alberich, conflito que se resolve apenas no fim da história, sendo que se trata de uma obra muito abrangente, pois mostra desde o início do mundo, a natureza pura, intocada e harmônica, até o apocalipse. O “Guia Prático do Ouvinte” traz uma análise literária e musical das quatro óperas, seguidas de comentários e trechos da partitura escrita por Wagner. A finalidade da autora é mostrar aos ouvintes contextos implícitos nas óperas que caracterizam personagens, situações, estados de espírito e que, na forma original ou por meio de transformações desta, acompanha os seus múltiplos reaparecimentos ao longo de uma obra. Esses contextos implícitos ou “motivos” são conhecidos pela palavra alemã “leitmotiv”. Lúcia Durães listou 89 leitmotiven em seu guia. Anexo ao livro, há um CD multimídia com a gravação em piano dos 89 leitmotiven, a tradução para português das quatro óperas em alemão, os números referentes aos leitmotiven assinalados no texto em alemão (esses números, quando clicados com o mouse, tocam os leitmotiven) e uma análise literária e musical das quatro óperas seguida de comentários.

SEIS A QUATRO

Entre os dez finalistas do Prêmio Portugal Telecom deste ano, anunciados na quarta-feira, 16, estão seis escritores brasileiros e quatro portugueses: Eucanaã Ferraz, “Cinemateca”; Silviano Santiago, “Heranças”, Maria Esther Maciel, “O livro dos Nomes”; Lourenço Mutarelli, “A Arte de Produzir Efeito Sem Causa”; João Gilberto Noll, “Acenos e Afagos”; Nuno Ramos, “Ó”; José Luís Peixoto, “Cemitério de Painos”; António Lobo Antunes, “Ontem Não te Vi em Babilônia”; Inês Pedrosa, “A Eternidade e o Desejo”, e Gonçalo M. Tavares, “Aprender a Rezar na Era da Técnica”. O resultado final será divulgado no dia 10 de novembro.

Por Anna Lee

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