Previsto para estrear em 2020 na Broadway e anunciado com estardalhaço nessa terça-feira, o musical ainda sem título, baseado na obra de Michael Jackson poderá se tornar a maior fonte de renda para os herdeiros do rei do pop. E isso diz muito, considerando que Jackson é o famoso já morto que mais gera lucros – foram pelo menos US$ 2 bilhões (R$ 7,5 bilhões) antes dos impostos desde 2009, quando ele foi encontrado morto em Los Angeles, aos 50 anos.
Com ares de superprodução, a montagem teatral será inspirada em um argumento da vencedora do Pulitzer Lynn Nottage e terá direção de Christopher Wheeldon, um veterano dos palcos de Nova York com um Tony Award no currículo e responsável pelo sucesso “An American in Paris”, em cartaz por lá desde 2014. Mas a cereja do bolo, é claro, será o acervo musical do homenageado, que inclui clássicos como “Thriller”, “Beat It” e inúmeros outros.
As vendas de ingressos na Broadway bateram recordes neste ano, de acordo com um levantamento divulgado em maio, chegando a US$ 1,7 bilhão (R$ 6,4 bilhões) na temporada 2016-2017. De acordo com quem entende do assunto, parte desse aumento de demanda tem a ver com os novos lançamentos inspirados em figuras reais e fictícias do universo pop, como “Mean Girls: The Musical” e “Summer: The Donna Summer Musical”, ambos considerados hits.
Tina Turner e Cher também ganharam musicais na meca do teatro ainda este ano, que atraem a atenção da mídia e prometem um grande público. Jackson, no entanto, seria a coroação dessa tendência, já que a base de fãs dele é uma das maiores de todos os tempos. E pensar que o cantor mais famoso do mundo partiu praticamente falido, devendo perto de US$ 500 milhões (R$ 1,87 bilhão) e sem perspectiva de sair do prejuízo.
Em tempo: o maior sucesso comercial da história da Broadway também é sobre um rei – no caso, “O Rei Leão”, que está em cartaz há 24 anos e faturou até agora perto de US$ 1,5 bilhão (R$ 5,6 bilhões) nas bilheterias, e isso só em NY. (Por Anderson Antunes)