Se a maioria dos colegas faz o gênero “concentrado na pick-up”, para valorizar a trilha autoral, ele prefere dar pinta. Sucesso que gera polêmica há 20 anos, nosso personagem pôs a MPB pra dançar, roubou a cena em programa de auditório e comanda no YouTube um canal hilário. No set, veste camisas estampadonas, bate palmas e usa um vasto arsenal de brinquedos coloridos para enfeitiçar a audiência. Chic, para ele, é “abrir o sorrisão e deixar a música te levar”
J.P: Sofrência ou sertanejo?
ZP: Tenho de decidir ou posso pular da janela?
J.P: K7, vinil, CD ou digital?
ZP: Não sou saudosista porque sou véia, haha. Fico com o digital.
J.P: De onde vem seu lado bem-humorado?
ZP: Devo ter nascido assim, porque, quando era caixa de banco, os clientes faziam fila no guichê para ouvir minhas histórias enquanto pagavam as contas.
J.P: Como fugir da cilada “DJ não é jukebox”?
ZP: Tenho 200 anos de carreira e nunca ninguém me pediu música. Eu chego na cabine, olho pro povo e já sei o que tocar pra ninguém ficar parado.
J.P: O que acaba com o seu bom humor?
ZP: Bairro em São Paulo que não tem metrô e me obriga a pegar trânsito.
J.P: Um famoso da atualidade na música?
ZP: Solange Knowles, inacreditavelmente linda e musicalmente mais interessante que a irmã (Beyoncé).
J.P: O que gostaria que tocasse nas rádios?
ZP: Esse papo é antigo e nunca teve solução. Rádio é lugar de música popular, quem gosta de música alternativa que faça suas próprias playlists nas plataformas digitais.
J.P: Qual sua canção preferida?
ZP: “Close to You” com os Carpenters. Não existe gravação mais linda.
J.P: O que está ouvindo agora?
ZP: O cantor e compositor Arthur Nogueira, que lançou um disco em homenagem ao poeta Antonio Cicero pela minha gravadora, a Joia Moderna.
J.P: O que acha do preconceito na música?
ZP: É inútil. Fenômenos populares sempre existirão. Ignore o que você não gosta e vá para as redes sociais divulgar os artistas que você acredita.
J.P: Quem seguir no Spotify?
ZP: Você mesmo. O grande barato desse aplicativo é você procurar músicas e fazer suas próprias playlists.
J.P: Qual o momento mais engraçado que se lembra?
ZP: Aparecer no meu Canal da Véia, no YouTube, fazendo a Dilma pintado de verde e cantando uma paródia de “Então É Natal”.
J.P: Como surgiu a ideia da paródia do clipe de “Bang”, música da Anitta?
ZP: Um dia cheguei para gravar o Canal da Véia no YouTube e meus produtores tinham feito uma paródia hilária da letra da Anitta, rapidamente descolamos peruca, maquiagem, um maiô, meia arrastão e um salto altíssimo e quando dei por mim era a musa do funk! Pra completar, os diretores do clipe, Giovanni Bianco e Bruno Ilogti, resolveram editar. Aí virei uma estrela.
J.P: O que te faz rebobinar?
ZP: Os quatro baianos. Sou louco por Caetano, Gil, Gal e Bethânia nos anos 1970. Coleciono tudo deles dessa época.
J.P: Um momento de loucura?
ZP: Comer doce de leite na cama.
J.P: Se não fosse DJ seria o quê?
ZP: Pelo jeito advogado, porque já estava no quinto período da faculdade quando me jogaram na pista.
J.P: Qual o seu maior desafio?
ZP: Manter a pista cheia.
J.P: O que levar e não levar para uma festa?
ZP: Leve sua vontade de ser feliz e amar. Deixe lá fora tudo que for mágoa de caboclo, xô, baixo astral!
J.P: O que é cafona na pista? E o que é cool?
ZP: Usar celular e apertar Shazam. Chic é ficar pertinho do DJ, abrir aquele sorrisão e deixar a música te levar.
J.P: O que espera para 2017? E o que vai ouvir no próximo ano?
ZP: Tudo que não seja retrocesso social e político. Vou ouvir house music e música pra pular brasileira.