Museu da Natureza abre suas portas este mês, no Piauí, e Glamurama mostra detalhes desse incrível projeto. Vem ver!

Foto aérea do Museu da Natureza, no Piauí || Créditos: Divulgação

O Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, está prestes a ganhar mais um bom motivo para ser visitado. A região, que abriga a maior concentração de sítios pré-históricos do país, será o endereço do Museu da Natureza. O complexo cultural abre as portas no dia 18 e vai propor uma imersão na história natural do nosso planeta, desde o surgimento da vida até os dias atuais, abordando o protagonismo do clima na trajetória do ser humano e a influência do homem nas condições climáticas. Tudo isso por meio de tecnologia de ponta e interatividade que o colocam na categoria de “super museu.”

O Museu tem forma de espiral concêntrica e cada sala convida a um novo ciclo da formação da vida no planeta e na região do Parque || Créditos: Divulgação

A ideia é proporcionar uma visão mais abrangente de como era a vida dos nossos ancestrais que viveram na região. Ao longo de 12 salas, o visitante vai percorrer áreas que mostram, por exemplo, o surgimento do sistema solar e a representação de acontecimentos que vão desde a formação e desenvolvimento da vida em nosso planeta até o período dos dinossauros e outros animais da megafauna.

Sala do Museu dedicada aos fósseis encontrados na região || Créditos: Divulgação

No fim do passeio, uma surpresa especial, com a projeção de um filme que conduz para uma jornada pela existência da Terra, acompanhado de narração de Maria Bethânia, que faz refletir sobre nossa participação na preservação do planeta: “…  A cada hora, nove mil pessoas se somam à população mundial e cerca de três espécies entram em extinção. (…) Somos os únicos capazes de transformar a criação em uma atividade. Temos criatividade. (…) A natureza está em trânsito. A estabilidade é uma ilusão. A vida insiste, resiste. Mas qual vida? Qual vida você quer criar?”

Marcello Dantas, curador do museu, explica que o objetivo é colocar em debate a urgente questão da mudança climática. Pela primeira vez na história do planeta, a ação de uma só espécie tem impacto global nessa relação: “Os níveis de gás carbônico emitidos pela humanidade têm contribuído drasticamente para o aquecimento do planeta.”

Felino e lhama modelados para o Museu || Créditos: Divulgação

Os animais que habitaram o território brasileiro há milhares de anos foram modelados pela primeira vez para o museu. São eles: preguiças gigantes, lhamas, ursos e mastodontes. Pelas galerias, ainda será possível fazer um passeio virtual pela topografia do parque que conta com cânions, boqueirões, cavernas – experiência que pode ser feita com óculos 3D, simulando um voo em asa delta.

Réplica da Preguiça-Gigante instalada no centro do museu || Créditos: Divulgação

Ao todo, o Museu da Natureza tem 1700 metros de área expositiva permanente e mais 700 metros de área para eventos e exposições temporárias, e sua arquitetura foi pensada para também gerar reflexão. Quem explica é Elizabete Buco, arquiteta responsável pelo espaço: “A forma espiral dá a ideia de evolução, uma sucessão de acontecimentos, de movimentos ascendentes, progressivos e sem fim…”

Pinturas localizadas em áreas não abertas à visitação do público passam a ser vistas em projeções de realidade aumentada || Créditos: Divulgação

A ideia da criação do museu partiu de Niéde Guidon, arqueóloga brasileira conhecida mundialmente por lutar pela preservação do Parque Nacional da Serra da Capivara. Em 2003, ela deu início a conversas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em busca de financiamento. Mesmo que bem recebido pela instituição, o projeto não avançou até 2008, quando um desenho arquitetônico mais detalhado foi solicitado pelo Banco. Mas foi só em 2013 que a primeira verba para tirar o do projeto do papel foi liberada. As obras foram iniciadas em junho de 2017 e concluídas pouco mais de um ano depois.

Sala do museu dedicada às espécies de insetos e répteis || Créditos: Divulgação

Sobre o Parque Nacional da Serra da Capivara
O Parque Nacional da Serra da Capivara foi criado em 1979 como a primeira de uma série de medidas para evitar que a área continuasse vulnerável à exploração de caçadores e madeireiras. São 130 mil hectares (quase o tamanho de Teresina, capital do Piauí) que abrigam a maior concentração de sítios pré-históricos do país. São principalmente pinturas rupestres de povos que viveram na região há 100 mil anos. Desde 1991, o parque integra a lista de patrimônios culturais mundiais da Unesco.

Do conjunto de 1.354 sítios arqueológicos cadastrados, 204 estão preparados para a visitação turística, sendo 17 deles acessíveis para pessoas com dificuldades de locomoção. Em 2003, foi premiado com a Declaração das Nações Unidas como Unidade de Conservação com melhor infraestrutura da América Latina. Orgulho define!

A beleza e história do Parque Nacional da Serra da Capivara || Créditos: iStock
Vista aérea do Museu da Natureza || Créditos: Reprodução Instagram
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