Musa de Alexander McQueen e bff de Kate Moss e Sadie Frost, a ex-modelo Annabelle Neilson foi encontrada sem vida na última quinta-feira na casa onde morava no Chelsea, em Londres, aos 49 anos. A notícia foi confirmada somente nesta segunda-feira pela polícia de lá, que não trata do caso como um crime. Membro de uma família tradicional do Reino Unido, com raízes aristocráticas e até conexões reais, Neilson começou a atrair a atenção no fim da década de 1990, depois que se divorciou do banqueiro Nat Rothschild, outro bem nascido com quem foi casada entre 1994 e 1997.
Isso se deu por influência de McQueen, de quem ela era muito próxima, que fez questão de usar a amiga como inspiração para criar algumas de suas coleções mais elogiadas como forma de animá-la. Mas o fato de que era linda, rica e bem relacionada não facilitou em nada a vida dela: por causa de uma forte dislexia que a forçou a largar os estudos aos 16 anos, Neilson embarcou para a Austrália a fim de arejar a cabeça e acabou se tornando vítima de um assalto durante a viagem, tendo sido cruelmente espancada pelos assaltantes.
O trauma inaugurou uma saga de dramas pessoais que deixaram cicatrizes muito além das cirurgias de reconstrução às quais ela precisou se submeter, e uma delas foi a dependência em heroína. Somadas ao suicídio de McQueen oito anos atrás, quando Neilson declarou ter perdido sua “alma gêmea”, e a uma queda de cavalo que lhe rendeu fraturas nas costas e na pélvis em 2015, sem contar os meses de fisioterapia, foram responsáveis por ela nunca ter se recuperado.
Mais recentemente, Neilson participou da reality series “Ladies of London”, do canal americano Bravo!, e escreveu uma série de livros infantis batizada “The Me Me Me’s” que foi muito bem recebida pela crítica especializada e que descreveu como uma forma de ajudar as crianças a lidarem com suas emoções. No funeral de McQueen na Catedral de St. Paul ela discursou ao lado de Anna Wintour e Suzy Menkes e acabou usando uma frase para definir o estilista que basicamente a define neste momento: “Ele foi amado muitos, e eu por muito poucos”. Triste. (Por Anderson Antunes)