Luiza Meiodavila nasceu Luiza Mitteldorf. Filha da artista plástica Rita Selke e do top fotógrafo Klaus Mitteldorf, ela não ficaria longe da arte nem se quisesse. Aos 4 anos, começou a se enveredar pelo mundo da música, tocando flauta doce na escola. Se aprofundou no instrumento enquanto iniciava aulas de canto com o tenor Etor Rivero. Aos 12, fez sua primeira gravação, com a dupla instrumental Duofel, mas foi na Faculdade Souza Lima & Berklee, cursando bacharelado em performance, que ela se apaixonou pelo jazz e pela MPB. Foi lá também que ela se identificou imediatamente com o compositor, cantor e multi-instrumentista independente Lipe Torre. Junto com seu namorado Zé Victor Torelli, guitarrista e engenheiro de som, Luiza se uniu a Lipe para fazer música. Adotou o sobrenome artístico Meiodavila e concebeu seu primeiro disco, “Florescer”, que está sendo divulgado Brasil afora e tem uma delicadeza que consegue ser moderna sem perder aquele refinamento vintage – e o lado pop. Glamurama bateu um papo com a cantora, que você confere abaixo.
Em tempo: Luiza Meiodavila ainda tem em seu currículo aulas de técnica vocal com a craque Tutti Baê, aulas de harmonia com a pianista Sílvia Góes e participação em práticas de banda lideradas por gente como Sizão Machado, Nenê, Jarbas Barbosa, Vitor Alcântara e Pedro Ramos. Tá bom para você? Com a palavra, ela, Luiza.
Glamurama: Quando você percebeu que sua vocação era cantar?
Luiza Meiodavila: “Acho que minha escolha pelo canto foi muito mais relacionada a trabalhar com o que me faz feliz do que qualquer outro fator. Desde pequena sempre gostei de cantar, mas foi no momento em que me aproximei da necessidade de escolher uma profissão que foi se tornando evidente o quanto nada me faria tão realizada como a música. Cheguei a namorar a ideia de trabalhar com produção cultural e ficar nos bastidores de eventos musicais, mas realização pessoal é uma coisa muito séria. Para alguém que encontrou na música sua verdade, eu diria que não tem volta!”
Glamurama: Quem são seus maiores ícones da MPB ? E na música atual?
Luiza Meiodavila: “Impossível falar da MPB e não falar de Elis Regina, grande inspiração para qualquer um que trabalha com a voz. Sou uma grande admiradora da obra do Jobim também, outro inegável para a história da nossa música. Atualmente, estou fascinada por duas artistas americanas: Lauren Desberg e Esperanza Spalding, ambas donas de vozes delicadas que ganham vida em meio a músicas riquíssimas. No cenário brasileiro, dois artistas me chamam muito a atenção: Giana Viscardi – com canções lindas e muito bem trabalhadas – e Vinicius Chagas, que ganha a atenção de qualquer um com um jazz instrumental como nunca vi igual.”
Glamurama: Com quem você gostaria de fazer parceria?
Luiza Meiodavila: “Para mim, qualquer troca é sempre bem vinda, e tem como objetivo principal agregar não só aos dois lados como à música. Gosto de pensar que as pessoas que se alinham com minha sonoridade e maneira de pensar eventualmente cruzarão meu caminho, assim como esses dois aspectos também estão em eterna mutação. No momento, não poderia imaginar ter um parceiro musical que entende mais o meu momento do que o Lipe Torre [compositor, cantor e multi-instrumentista independente] e acho que nossa parceria ainda terá muitos frutos.”
Glamurama: Você pretende levar a sua música para fora?
Luiza Meiodavila: “Com certeza! A sonoridade orgânica combinada com os diferentes estilos que mesclamos no show traça um forte paralelo com a música brasileira que ganhou tanto espaço no mercado estrangeiro. Já tenho estudado superficialmente uma turnê fora do país, mas meu objetivo principal é passar o primeiro ano de divulgação do disco espalhando-o em território nacional, aí posso pensar melhor em uma estratégia internacional.”
Glamurama: Qual a parte mais difícil de trabalhar com música? E a mais prazerosa?
Luiza Meiodavila: “O mais difícil é combater a visão que muitos têm do músico…A maneira como a maioria das casas de shows e bares se relacionam com os artistas atualmente é assustadoramente afastada do conceito de incentivo à cultura e qualquer forma de arte. Já a mais prazerosa eu diria que é poder sempre investir no auto-conhecimento, buscar minha verdade e poder expressar isso através da música.”
Glamurama: Como você cuida da sua voz?
Luiza Meiodavila: “Procuro sempre manter uma rotina de boa alimentação, boas noites de sono e muita água, o que é essencial para o bem-estar da minha voz. Também faço diariamente exercícios para fortalecer minhas cordas vocais, e sempre antes de cantar faço um aquecimento. Quando meu corpo ameaça gripar, imediatamente incluo laranjas em todas as minhas refeições, dobro a quantidade de água e não abro mão do lenço em volta do pescoço.”
Glamurama: O que você canta no chuveiro?
Luiza Meiodavila: “A coletânea “Ella Fitzgerald sings the Harold Arlen Songbook” é uma das minhas preferidas para o banho!”
Glamurama: Onde podemos assistir ao show de divulgação de seu disco “Florescer?”
Luiza Meiodavila: “Minha agenda é sempre atualizada no meu site, e a ideia é sempre levar o show a novos lugares e públicos. Em breve anunciarei shows no interior de São Paulo, e também temos planos para estados próximos. As próximas datas são: 20 de agosto no Ao Vivo [Moema], 9 de setembro no Ruella Pinheiros e 10 de setembro no Boutique Vintage [Zona Leste].”
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