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Mini || Créditos: João Pedro Januario / Divulgação
Mini Kerti || Créditos: João Pedro Januario / Divulgação

Para a diretora e sócia da Conspiração Filmes, Mini Kerti, a leitura é chamariz para um roteiro. A ideia da série Sob Pressão, do Globoplay, por exemplo, surgiu depois da leitura de uma coluna da revista Piauí que relatava as agruras do cotidiano de um médico. Houve também o longa Muitos Homens Num Só (2014), baseado em um ladrão de hotel, doutor Antonio, personagem retirado de crônicas do início do século 20 atribuídas ao jornalista João do Rio. Ler também traz outras inquietações a Mini. Como mãe de duas meninas, de 14 e 10 anos, ela se incomodou com o fato de que todo livro para crianças sobre arte retratava artistas estrangeiros. Então, acompanhada por Isabel Diegues, Márcia Fortes e Priscila Lopes, a diretora escreveu um livro sobre 100 artistas brasileiros. “Cada artista vem acompanhado de uma pequena sinopse sobre a vida e obra e uma atividade para colorir. Agora estou me preparando para escrever um sobre árvores”, conta. “A ideia é a mesma, de familiarizar crianças com o tema. A vida urbana nos afasta da natureza, então se você se aproxima de algo, mesmo que de forma intelectualizada, já avançamos  na questão da preservação”.

Por Aline Vessoni para a revista PODER

O MUNDO FUNK CARIOCA – HERMANO VIANNA A minha leitura está sempre muito ligada ao meu trabalho. Eu fiz com a Carolina Jabor um filme/instalação sobre o funk para uma das salas do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, que teve sua construção interrompida. O funk é um assunto importante para uma carioca como eu.  É um livro que leva a conhecer a cidade e a cultura do Rio. Um livro que te leva direto para os bailes.

UMA APRENDIZAGEM OU O LIVRO DOS PRAZERES – CLARICE LISPECTOR  Clarice é uma mulher única e de um magnetismo ímpar. Sua escrita é fluida como um rio. O leitor navega nesse livro. Trata-se de uma história de amor e de um aprendizado. Logo na primeira página uma nota diz: “Eu sou mais forte do que eu”. Dessas coisas de Clarice, o livro começa com uma vírgula.

FILME – LILLIAN ROSS Nos anos 1950, Lilian Ross, que era repórter da revista The New Yorker, passa quase dois anos no set de  A Glória de um Covarde, filme de John Huston, para fazer uma reportagem que  depois viraria esse livro. Uma obra que envolve e surpreende, além de divertir e ensinar.

NOTÍCIAS DO PLANALTO – MARIO SERGIO CONTI Faz parte da minha busca para compreender este meu país. Expõe as perspectivas políticas e as relações entre poder e imprensa. A abordagem sobre a Era Collor através da imprensa é inovadora. Sou neta de Manoel Francisco do Nascimento Brito, que na época presidia o Jornal do Brasil. Lembro das histórias, das discussões em família.

TRISTES TRÓPICOS – CLAUDE LÉVI-STRAUSS De novo o Brasil, sempre o Brasil. O antropólogo faz um livro de viagem pelo país sobre os brasileiros e sobre os indígenas, mas fala também do Paquistão e da Índia. Li quando fiz a série Minha Estupidez, com a Fernanda Torres. As descrições de LéviStrauss são reflexivas e profundas. A baía de Guanabara, a tal da boca banguela do Caetano, é um capítulo inesquecível.

VIVA VAIA – POESIA 1949 -1979 – AUGUSTO DE CAMPOS  Eu me apaixonei pela poesia concreta. Li jovem Viva Vaia, e também Maiakóvski, e fiquei enlouquecida com a poesia visual. No livro ainda vinha um single do Caetano Veloso cantando “O Pulsar” e “Dias Dias Dias”. Essa edição que eu tenho é de 1979. A minha mãe me deu quando eu tinha 9 anos e guardo com zelo.

 

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