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Mina Nercessian fala sobre carreira, novo filme e mais / Crédito: Instagram

Mina Nercessian está vivendo um momento único em sua carreira. O sobrenome dela soa familiar? Sim, ela é sobrinha do ator Stepan Nercessian, é atriz e roteirista, e mora há bastante tempo nos EUA Depois de fazer sucesso com o monólogo “LOL! Latina on the Loose!”, que ganhou os prêmios “Brazilian Press Award” e “Straw Award” como melhor peça de teatro de 2011,  Mina atacou de roteirista com “Solteira, Quase Surtando”, filme que será lançado nesta semana no Brasil. “Eu queria escrever uma história sobre mulheres, e algo que envolvesse a minha faixa etária, que é 35 anos. Então conversei com várias amigas e chegamos à conclusão de que, nessa idade, o que pesa é o relógio biológico, que ainda não se adaptou à mulher moderna”, conta.

O longa faz parte de uma trilogia e as continuações já em fase de produção: “Casada, Quase Surtando” e “Divorciada, Quase Surtando”. Na trama, Bia, interpretada por Mina, é uma mulher cheia de compromissos que percebe que se esqueceu de ter filhos.

Na vida real, ela tem quatro filhos – Matteo, Ana Luiza, Marcelo e Lucas – e precisa dividir seu tempo entre todas as tarefas: “A minha carreira é bem puxada, então estou sempre correndo contra o tempo. Mas o importante é que com isso eu aprendi a respeitar o meu limite e a dizer não para certas coisas. Então se eu sei que algo não vale o meu tempo, recuso na hora”.

Atualmente em Los Angeles, a carioca já fez séries como “Las Vegas”, “Freddie” e “Reno 911”, e também atuou com grandes atores, entre eles, Nicole Kidman. Em uma época em que denúncias de assédio em Hollywood vem à tona, Mina abre o jogo: “Finalmente, né? Na verdade, é uma realidade que eu posso dizer que 98% das minhas amigas infelizmente sofreram. Em um set de filmagem, também fui assediada por um ator famoso. Não quero expor o nome dele, mas é comum ouvir histórias de assédio em Hollywood”. A seguir, conheça mais sobre a vida e carreira de Mina Nercessian!

Glamurama: Como você começou na carreira?
Mina Nercessian: Comecei minha carreira no Rio de Janeiro, no teatro Tereza Rachel, quando eu tinha 3 anos de idade. Fiz uma peça que chamava “Primeira Estrela”, faz muito tempo. Mas eu perguntei para os meus pais quando é que comecei com essa ideia de ser atriz e eles responderam: “Desde o útero”. Eu sempre amei muito teatro, desde que me conheço por gente.

G: Você vive fora do Brasil há muito tempo?
MN: Sim, moro fora do Brasil há muitos anos. Minha mãe era diplomata, funcionária da ONU, então eu saí do Brasil com 15 anos. Primeiro, fui morar em El Salvador. E na época da faculdade, fiquei em Los Angeles.

G: Tem família por aqui?
MN: Toda a minha família está no Brasil. Minhas tias, primos, minha mãe, meu pai, meus irmãos. Também tenho uma irmã em Portugal e atualmente moro em Los Angeles. Sou bem apegada ao meu país de origem, a minha família. Temos um grupo no Whatsapp que nunca para.

G: E como é a relação com o seu tio, Stepan Nercessian?
MN: É uma relação ótima, ele é o líder do grupo de Whatsapp. Ele está sempre conversando, fazendo piada. Meu tio é uma pessoa maravilhosa, admiro muito, não só como ator, mas como a pessoa. Todos da família temos muito orgulho.

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G: Você já fez séries como “Las Vegas”, “Freddie” e “Reno 911”. Qual trabalho mais te marcou?
MN: Todos foram ótimos, mas ‘Reno 911’ foi uma experiência incrível porque não tinha roteiro. Era assim: você chegava no set de filmagem e eles te davam mais ou menos a premissa que você teria que fazer e era completamente improvisado. É algo muito diferente.

G: Também já atuou com grandes atores, como Kevin Spacey, no filme “Shrink”, e com Nicole Kidman e Will Farrell, em “Bewitched”. Como foram essas experiências?
MN: Um sonho. Nicole Kidman é incrível e foi tudo perfeito. A cena que estávamos rodando era em estúdio, com o público… era bem divertido. Will Farrell é super simpático, além de ser um ator ótimo de improvisação.

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G: Por falar em Kevin Spacey, o que achou de todo o escândalo envolvendo ele e outros poderosos de Hollywood?
MN: Finalmente veio à tona, né? Na verdade, é uma realidade que posso dizer que 98% das minhas amigas infelizmente sofreram quando estavam no set. Não cabe a mim falar sobre os famosos que fizeram isso, mas aconteceu. Inclusive aconteceu comigo. Lembro que era um teste para um comercial, teste de voz, eu fiz e depois recebi uma ligação dizendo que o produtor queria que eu fosse até o hotel dele. Achei muito estranho. Então liguei para a minha agência e perguntei sobre isso, e eles falaram para eu não ir, que isso não era permitido. Felizmente eu notei que era estranho, e não fui, mas é uma situação horrível. Esse produtor nunca mais me ligou, então ele estava sim com más intenções. Em um set de filmagem, também fui assediada por um ator famoso. Não quero expor o nome dele, mas é comum ouvir histórias de assédio em Hollywood.

G: Fale um pouco do filme ‘Solteira quase Surtando’, que escreveu e protagonizou, e estreia essa semana.
MN: Eu queria escrever uma história sobre mulheres e que envolvesse a minha faixa etária, que é 35 anos. Então conversei com várias amigas e chegamos à conclusão de que, nessa idade, o que pesa é o relógio biológico, que ainda não se adaptou à mulher moderna. Hoje focamos na carreira, e isso é ótimo, precisamos estar em cargos decisivos, como política, etc. Mas chegar lá, para a mulher, leva tempo, e quando percebemos passou a época de termos filhos. E temos que avançar nessa questão.

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G: Pretende fazer mais filmes como este?
MN: Vai ser uma trilogia. Tem também o “Casada, quase surtando” e o “Divorciada, quase surtando”, contando as fases de várias mulheres e mostrando tudo o que podemos passar nas questões amorosas.

G: Pensa em trabalhar no Brasil? Faria uma novela ou série por aqui?
MN: No momento eu estou muito focada em escrever roteiros. Além disso, estou com um projeto de série para um serviço de streaming, que não posso revelar o que é no momento,mas que estreia no final desse ano ou começo de 2021.

G: Como é sua rotina nos EUA?
MN: Eu tento equilibrar tudo, mas é bem complicado. Tenho quatro filhos e minha carreira é bem puxada, então estou sempre correndo contra o tempo. Mas, o importante, é que com isso eu aprendi a respeitar meus limites, e a dizer’ não’ para certas coisas. Então se eu sei que algo não vale o meu tempo, recuso na hora. Também prezo muito pelo meu bem estar, medito duas vezes por dia, o que me ajuda muito a manter a calma.

G: Vivendo fora do Brasil, como enxerga a situação política, econômica e cultural do país atualmente?
MN: O país parece bem dividido, mas os Estados Unidos também estão passando por um momento complicado, que têm dado voz ao racismo, à homofobia, ao sexismo. Isso é uma coisa que começou aqui e passou para o Brasil. E é triste ver essa campanha contra a cultura e contra a classe artística. Arte é muito importante para qualquer país. É realmente preocupante, mas tenho fé que o Brasil vai dar a volta por cima e ter tempo melhores. Ainda quero voltar a morar nesse país, porque me encanto demais com as pessoas e com tudo o que há nele.

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