Mel Lisboa após encontro com Rita Lee: “Não parei de chorar, nem dormi”

Mel Lisboa recebe Rita Lee no palco

Interpretar um grande mito já não é uma tarefa fácil. Imagina então ter o próprio mito sentado na plateia. Essa foi a experiência “indescritível” vivida por Mel Lisboa, que interpreta Rita Lee nos palcos. A musa do rock nacional prestigiou o musical sobre sua vida, o “Rita Lee Mora ao Lado”, nesse último domingo e acabou levando a atriz ao choro. Em conversa com Glamurama, Mel revelou que ainda não tem “noção do que aconteceu”.

– Como foi ter a presença de Rita Lee no musical?
Ainda é quase indescritível, estou muito mexida com tudo isso, conseguindo me lembrar aos poucos o que aconteceu ontem. Ela já tinha dito que iria, eu sabia que esse dia ia chegar, mas quando acontece é muito forte. Ontem eu só soube que ela estava lá no final da peça, nos agradecimentos. Ficamos conversando no palco um tempão depois que as cortinas baixaram. Ela foi muito querida e carinhosa, inclusive me deu de presente um vestido em que ela usou quando cantou com João Gilberto no especial da Globo.

Mel foi presenteada com vestido usado por Rita

– O que ela achou da sua interpretação?
Ela disse que foi muito louco ver a vida dela na plateia, e ela ali, viva! Também falou vários detalhes, até disse que eu fico corcunda como ela. Disse até que vai levar a neta para assistir.

– Como foi a preparação para viver Rita nos palcos?
Estudei muito e a minha batalha é tentar reproduzir isso, sem exageros e sem criar uma caricatura dela. Tento focar muito na questão corporal, como a postura, a maneira que ela anda, os gestos, as coçadas no cabelo e o gestual da mão. Por mais que eu tente, a voz não tem como imitar, o corpo é um pouco mais fácil. Eu ainda emagreci quatro quilos e mudei o meu cabelo, para tentar me aproximar da fantasia de ser Rita Lee, porque é uma grade fantasia, para mim e para o público.

– Você fez aulas de canto?
O trabalho vocal foi o mais difícil porque eu não cantava. Fiz sessões de fono, aula de canto e acompanhamento com otorrino. Ainda faço tudo isso.

– Gosta de se ouvir cantando?
Ainda não me sinto completamente confortável cantando, fico muito abalada quando erro. Quando percebo que desafinei, não sei como contornar porque é ao vivo, fico desestabilizada. Não gosto da minha voz, mas acho que é normal, ninguém gosta de se ouvir. Mas hoje em dia já estou tolerando mais, antes era um sofrimento eterno me ouvir.

– Viver Rita Lee é um dos seus melhores papéis?
É, sem dúvida. Eu não posso dizer o melhor, porque tem a Anita [“Presença de Anita”, de 2001] na minha vida, que foi um grande presente. Mas a importância de ser Rita Lee é muito grande. Quando fiz Anita havia uma expectativa, mas não era tanta responsabilidade. Eu era desconhecida, jovem, morava com a minha mãe, se desse errado poderia ter feito outra coisa da minha vida. Hoje em dia tem muita coisa em jogo, estou construindo um caminho do qual tenho mergulhado. Tenho dois filhos e me sustento do meu trabalho. Fora a grandiosidade de ser ela.  É muito coisa para o meu coraçãozinho. [Por Denise Meira do Amaral]

Assista ao momento do encontro:

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