Do encanto ao escrutínio: A complexa desaprovação de Meghan Markle nos EUA

Foto: Samir Hussein/WireImage

Meghan Markle nunca chegou a ser uma princesa, mas foi a primeira cidadã dos Estados Unidos a ingressar em uma família real europeia desde Grace Kelly. No entanto, parece que os americanos preferem manter o bule de chá bem longe da ex-atriz e produtora de 42 anos, uma indicação surpreendente considerando a fascinação deles por monarquias, especialmente a britânica. Meghan foi membro da família real do Reino Unido por exatos 682 dias, desde seu casamento em maio de 2018 até o #Megxit, quase dois anos depois.

Mas o atual panorama da percepção da duquesa de Sussex nos EUA não é tão majestoso quanto seu antigo título de Alteza Real que, como também ocorreu com seu marido, o príncipe Harry, foi retirado dos dois em consequência de sua decisão de dar às costas para a Casa Real de Windsor.

Uma pesquisa recente da revista americana “Newsweek”, realizada com 1,5 mil adultos nos dias 3 e 4 de setembro, revela que Meghan é superada em popularidade pelo duque de Sussex, de 38 anos, que nem americano naturalizado é e tampouco pensa em requerir o direito, como deixou claro quando ele a mulher se mudaram para a Califórnia (o caçula de Charles III vive em terras americanas sob visto diplomático).

Essa disparidade na aprovação pública entre Meghan e Harry lança uma luz sobre o complexo relacionamento da América com sua quase-princesa. Meghan alcançou o tão valorizado “sonho americano”: sucesso profissional, notoriedade e a quebra de várias barreiras sociais. Mas, paradoxalmente, ainda não conseguiu conquistar o coração de seus compatriotas.

Há uma sensação geral de que ela ‘estragou’ o sonho coletivo dos americanos de terem um acesso simbólico à realeza mais famosa do mundo, uma instituição pela qual seu país, outrora uma colônia britânica, mantêm uma fascinação quase inexplicável. Meghan, ao contrário da princesa Grace da década de 1950, se tornou uma figura contraditória: alguém que venceu na vida real por méritos próprios mas que, de alguma forma, frustrou o desejo americano de um conto de fadas.

A disparidade na aprovação pública

Segundo a pesquisa da “Newsweek”, 33% dos entrevistados têm uma opinião negativa de Meghan, enquanto 31% expressaram o contrário. Isso dá a ela uma taxa de aprovação líquida de -2. Já Harry tem aprovação de 39% deles e é desaprovado por 27%, resultando em um saldo líquido de +12.

Ascensão e queda

Meghan, que teve um papel de destaque na série “Suits”, viu uma queda de oito pontos percentuais em comparação com uma pesquisa anterior da “Newsweek”, divulgada em junho. Por outro lado, Harry também observou uma queda em sua aprovação desde junho, quando estava em +18.

Gerações divididas

A última pesquisa encomendada pela revista apontou que Meghan é mais popular entre o público de 18 a 26 anos, com uma classificação global de +19. Contudo, para os boomers, entre 57 e 75 anos, a classificação foi de -7. De forma semelhante, Harry é mais popular na faixa etária da Geração X, obtendo uma classificação de +17, enquanto os boomers lhe deram uma classificação de +13.

Contexto relevante

Vale lembrar que a pesquisa foi realizada dias antes do primeiro aniversário da morte de Elizabeth II, que morreu aos 96 anos em sua residência de verão em Balmoral, na Escócia, no dia 8 de setembro de 2022. Harry estava em Londres na última sexta-feira para o aniversário de um ano do falecimento da avó, e aproveitou para fazer uma escala no caminho para os Invictus Games de 2023, na Alemanha.

Um olhar aprofundado

Durante sua passagem na capital britânica, Harry participou do WellChild Awards, uma premiação anual que beneficia crianças gravemente doentes e os profissionais que cuidam delas. O príncipe fez um discurso emocionante, afirmando que a falecida monarca “estaria cuidando de todos nós”. Disse ainda que ela teria insistido para que ele mantivesse sua presença confirmada no evento mesmo na ausência dela.

Novos projetos e noites de agitos

Os Sussexes recentemente adquiriram os direitos do livro “Meet Me at the Lake”, de Carley Fortune, com planos de transformá-lo em um filme para a Netflix. E, dias atrás,foram vistos curtindo um show de Beyoncé em Los Angeles, ocasião em que Harry dançou ao som do hit de 2003 da cantora, “Crazy In Love”, e Meghan atraiu olhares com uma saia prateada brilhante.

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