Martha Medeiros fala sobre literatura, projetos e a importância dos dias ruins: “A felicidade que a gente busca é ‘fake news'”

A escritora, poetisa e cronista Martha Medeiros bateu um papo cheio de boas histórias com Joyce Pascowitch nesta quarta-feira. Com mais de 25 anos de carreira, ela traçou uma trajetória de sucesso com mais de 1 milhão de livros vendidos e obras convertidas em peças de teatro e até filmes, como é o caso de ‘Divã’, que foi parar nos palcos e, depois, nas telas de cinema, protagonizado por ninguém menos por Lília Cabral. Atualmente, Martha tem uma coluna no jornal O Globo e no gaúcho ‘Zero Hora’.

Na conversa, a escritora falou sobre a boa repercussão de seu trabalho: “Quem escreve faz isso solitariamente dentro de casa, é uma relação a dois. Quando se dá conta, foi parar nos palcos, na TV, nos rádios”. E qual seria o segredo desse sucesso? “Nunca tive medo de errar. Eu erro, mas não fico colocando a carreira numa redoma de vidro. Isso vai dando uma certa credibilidade. Não tem formula, é escrever o que você pensa, assumir contradições. Claro que nesses anos mudei de ideia várias vezes. Estamos em um outro mundo agora, discutindo pautas identitárias, me sinto mais consciente. É uma grande onda que o leitor vai acompanhando comigo”.

Além disso, Martha garante que não escreve para um tipo de público específico, especialmente quando o assunto é gênero: “As pessoas dizem que virei porta voz das mulheres, mas não concordo. Não existe assunto pra mulher e pra homem”, pontuou a escritora, que ainda descreveu o prazer de escrever “Quando escrevo  é como se fizesse uma faxina no meu cérebro. Escrevo pelo barato de construir o texto”.

E por falar em livro, a escritora entrega o que gosta de ler: “São tantos autores… tem o Daniel Galera, Cristovão Tezza. Sou louca por Luis Fernando Veríssimo! Sou fã da literatura americana contemporânea. Tenho lido muitas biografias, como da Susan Sontag, Clarice Lispector,  Paulo Francis, Sartre. Não leio só um tipo de livro, vou me abastecendo.”

Na live, Joyce e Martha fizeram uma reflexão sobre a importância dos ‘dias ruins’: “A felicidade que a gente busca é ‘fake news’, o que existem são dias bons e ruins. Os momentos ruins serviram de gatilho para transformar a minha vida. Acho que as pessoas têm que ter essa mentalidade proativa, não cultuando os pequenos sofrimentos, as chatices cotidianas”. A definição de felicidade da entrevista é: “Ter paz de espirito, tranquilidade do que dá certo ou errado, e desapegar da ideia que tudo deve ser maravilhoso. No momento que paramos de nos cobrar tanto, nos tornamos mais tolerantes”.

Claro que na conversa não podia faltar as histórias envolvendo a homônima de Martha Medeiros, a estilista alagoana Martha Medeiros: “Já aconteceu de Martha me ligar dizendo que entrou em um hotel e mandaram ela para a suíte presidencial. No quarto, tinha uma cesta de frutas e um bilhete dizendo que adoravam o que ela escrevia”, contou divertida. O papo completo você confere aqui!

 

 

 

Sair da versão mobile