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Mariana Nunes acredita que o papel do negro no cinema precisa ser repensado/ créditos: Diego Bressani/Reprodução
Mariana Nunes acredita que o papel do negro no cinema precisa ser repensado/ créditos: Diego Bressani/Reprodução

A atriz Mariana Nunes tem apenas 38 anos, mas já percorreu um caminho invejável – do horário nobre da Globo a seriado de grande visibilidade, como “Carcereiros”, que estreia a segunda temporada em abril. A atriz conversou com o Glamurama e contou que, por ser uma mulher negra, acredita que a militância anda lado a lado com a vida pessoal e profissional. Afinal para conseguir conquistar seu espaço, ela precisa estabelecer que existe sim machismo e racismo dentro do set de filmagem. “Já aconteceu de chegar e a equipe não me reconhecer e achar que eu sou figurante. Tudo bem ser figurante, é um trabalho digno, mas no caso, eu não sou – então, o que faz essa pessoa pensar que eu sou figurante e não protagonista do filme? O nome disso é racismo. E eu sou a primeira pessoa a falar com o produtor pra ele resolver, porque eu não estou naquele lugar para militar, e sim para trabalhar”, conta.

2019 é o ano para vê-la brilhar em filmes que discutem esta questão: em “M8 – Quando a morte socorre a vida”, de Jeferson De, ela interpreta a mãe de um jovem cotista de medicina. A primeira cena do longa se dá dentro do laboratório de anatomia, quando o filho descobre que todos os cadáveres disponíveis para estudo são de homens negros. Ela ainda estrela “Prisioneiro da Liberdade”, também de Jeferson De, uma história de época que conta a trajetória de Luiz Gama, homem negro, que apesar de ter nascido livre foi vendido pelo pai e sofreu as dores de um escravo. Ou nas palavras de Mariana: “um advogado negro abolicionista, um herói praticamente desconhecido no Brasil”.

Ela afirma que está muito feliz em protagonizar histórias que problematizam o racismo, mas acredita que o lugar do negro no set precisa ser revisto. “Ator e atriz gostam de personagens de grande complexidade, porque a gente gosta do babado. “M8” e “Prisioneiros da liberdade” são histórias que a gente precisa contar. Cada vez mais precisamos falar sobre isso, porque é um assunto que abordamos há pouco tempo. Por outro lado, também acho que temos que abrir a cabeça e puxar a corda para a outra ponta, porque falta enxergar atores negros em papéis nos quais eles são pessoas e estão simplesmente existindo”, explica. Esse é exatamente o caso de Janaína, sua personagem em “Carcereiros”, que é a esposa de um agente penitenciário. Ela é uma mulher negra, mas poderia ser uma mulher branca, sem problema algum para a dramaturgia. É este equilíbrio que Mariana procura. (por Aline Vessoni)

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