Esta quinta-feira promete ser animada para amantes da coquetelaria e o motivo não poderia ser outro – pela primeira vez, em dez edições, São Paulo foi escolhida para sediar o “Most Imaginative Bartender”, ação criada pelo gin Bombay Sapphire que tem como principal objetivo encontrar o melhor bartender da América Latina. O concurso abre nesta quinta e segue até o mês de outubro e, para a ocasião, a marca trouxe para o Brasil três dos maiores mixologistas do mundo – Ariel Leizgold, de Israel; o italiano Luca Cinalli e a mexicana Maria Fernanda Tejada, que com apenas 26 anos é a mais premiada (e requisitada!) da Cidade do México. Glamurama bateu um papo com Mafer, apelido de Maria, que entregou detalhes dessa paixão por drinks, caipirinhas e ainda revela os segredos para preparar um gin tônica inesquecível. Vem…
Glamurama: Como e quando você começou a trabalhar como bartender profissional?
Maria Fernanda Tejada: Eu estudava arquitetura e sempre me fascinei pelo universo atrás do balcão. Queria descobrir o outro lado e tudo aconteceu por acaso, quando não recebi o dinheiro de um projeto de arquitetura que estava fazendo, precisei me virar e comecei a trabalhar num bar qualquer, onde era garçonete e de um dia para o outro precisaram de uma bartender, me disseram que era só misturar as coisas e entregar para o cliente. E foi aí que descobri que havia algo além, que eu poderia fazer mais, por isso comecei a estudar sobre o assunto até chegar ao ponto que não conseguia mais conciliar as duas coisas e abandonei o curso de arquitetura. Meus pais acharam uma louca, mas era exatamente isso o que eu queria. O difícil, no começo, era me manter fazendo isso, porque o dinheiro era curto e as gorjetas eram divididas, as contas vinham e eu não tinha como fugir dessa responsabilidade. Aprendi muito e agora trabalho no Licorera Limantour, o 20º bar na lista dos 50 melhores bares do mundo.
Glamurama: Você é uma das juradas do “Most Imaginative Bartender”. Como é ser responsável por essa seleção?
Maria Fernanda Tejada: É uma das coisas mais difíceis porque todos os drinks que provamos são anônimos, não sabemos quem preparou. Recebemos a receita e uma foto do cocktail, depois disso provamos e damos uma nota. Não importa se o concorrente tem 20 ou 67 anos, ele precisa ser o mais criativo, imaginativo. Não temos como saber quem fez, isso não importa, o me que chama mais a atenção é a mistura, a apresentação, o talento impresso numa bebida. Essa competição é sobre um drink e esse drink precisa nos transportar para outro lugar, a pessoa precisa explodir minha cabeça com um sabor e combinação única. É dominar o paladar e me levar para outro lugar. Ser um bartender é mais ou menos como ser um ator, mas desta vez a atuação precisa vir em forma de talento líquido. Quem conseguir se expressar melhor sai na frente e ganha a batalha.
Glamurama: Qual drink, na sua opinião, tem a cara do Brasil?
Maria Fernanda Tejada: Tudo começa com a cachaça por aqui. A caipirinha é uma paixão nacional. Eu adoro fazer caipirinhas, mas acho difícil de preparar porque é uma receita única, clássica, e não há como mudar muito. Para fazer uma caipirinha boa é preciso ser criativo e saber avaliar que, por exemplo, um limão colhido fora da estação, pode não cair bem, então por que não substituir por outro tipo ou uma fruta da estação? Provei caju e fiquei apaixonada, queria poder usar essa fruta no México.
Glamurama: Qual é o segredo para preparar um gin tônica incrível?
Maria Fernanda Tejada: O segredo de um bom gin tônica é ele ser feito por quem vai tomar. 60 ml de gin, 100 ml de tônica da sua preferência e duas gotas de limão. Para completar, uma rodela de limão – ou dentro da taça ou preso na borda. A melhor dica e a mais importante é: sempre preparar um gin tônica num copo gelado. Coloque a taça ou o copo num congelador ou encha tudo com gelo antes de preparar seu drink. (Por Matheus Evangelista)