Maria Klabin expõe no Rio e fala sobre seu processo criativo na arte

 

Maria Klabin

Por Michelle Licory

Maria Klabin recebeu o Glamurama em vernissage de “E O Dia Havia Acabado, Quando Começou”, nessa quinta-feira na galeria carioca Silvia Cintra + Box 4, na Gávea. Na exposição, 12 obras em pequeno formato, entre 20X25cm e 50X40cm, compondo uma narrativa na qual personagens aparecem em interiores, em situações sociais ou íntimas.

O processo e um assunto delicado: preço

“A primeira obra eu fiz em 2013. E percebi que poderia estar inserida nessa narrativa. Quando eu estava produzindo em uma peça, considerava todas as outras. Elas poderiam compor um mesmo trabalho. Na minha mostra anterior [de 2011, uma série sobre praias], eu usei formatos maiores, uma relação completamente diferente. Agora é muito mais intimista. Não tem a preciosidade e o comprometimento de uma tela grande. É como se, no processo, eu pudesse amassar a folha, jogar fora e começar de novo, como fazemos na escrita. Flui mais rápido, mais parecido com o desenho. Foi muito prazeroso”, nos explicou Maria em uma conversa rara. Ela é sempre muito discreta, de poucas palavras, avessa aos holofotes. Será que o resultado ficou como esperava? “Isso não acontece com ninguém. É impossível. Nem dá pra chamar de utopia. Mas estou muito feliz com o resultado, sim.” Quando perguntamos se formatos menores implicam em preços mais convidativos, possibilitando que mais gente possa ter um quadro dela em casa… “Não penso sobre isso”, disse, encerrando rapidamente o assunto dinheiro. Ponto final.

Mãe coruja

* O sorriso só ficou estampado no rosto quando o papo virou o pequeno Vicente, seu filho, que costuma frequentar o ateliê da mãe, ao lado da irmã, Helena. O menino circulou pela exposição, apontou para um dos quadros e contou que tinha feito um muito parecido, e que Maria teria dito que era o melhor de toda a série. “Não acredito que ele falou isso! O Vicente ficou três meses tentando me convencer a colocar a obra dele aqui, em exibição. Mas não coube na narrativa… Ele que fala que a dele é a melhor. Eu não discuto, fico quieta. E agora ele vem e fala isso? Não sei se é melhor artista ou negociante”, disse, toda prosa. “Adoro pintar com meus filhos. É enriquecedor”, finaliza.

A opinião do marido e dos colegas

O cineasta Walter Salles não economizou elogios à mulher. “Sou suspeito, mas gosto bastante da série anterior e dessa também. Me surpreendo pela forma como a Maria sabe trilhar um caminho próprio, extremamente original. Nossos dois filhos são parceiros de ateliê dela: é futebol e o ateliê.  Para os meus sets de filmagem eles vão menos. Mas acho bom pra eles o contato com a arte.” Carlito Carvalhosa também foi conferir a mostra. “Adoro os tamanhos que ela usou, os conjuntos, a profundidade de tempo e espaço e essa história que ela conta, mas nem ela sabe o que é. Guarda um mistério.” Luiz Zerbini foi outro colega que deu sua opinião: “A série anterior era intimista na ideia, mas não no tamanho. Agora é intimista na ideia e no tamanho. Dá para fazer apoiado em uma mesa, como um desenho. Achei despretensioso e livre. ”

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