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Mariana Weickert em lançamento de joias da Animale no Leblon e com a filha, Theresa || Créditos: Renato Wrobel e Reprodução/ Instagram

Há seis meses, Mariana Weickert deu à luz sua primeira filha, Theresa. A maternidade lhe trouxe desafios e um questionamento: existe mesmo a tal sororidade feminina? Em um papo bem sincero, a modelo e apresentadora fala um pouco de sua jornada: desde a dúvida se queria mesmo ser mãe até a patrulha da amamentação e os quilinhos que ganhou e não vão embora. “Não queria que ninguém achasse que eu como tudo isso e depois me drogo para não engordar”. Vem ler! (por Michelle Licory)

A conversa foi bem casual, numa loja de roupa feminina. “Chega uma fase da vida em que claro que você quer acompanhar as tendências da moda, mas quer mais do que tudo se sentir bem. Você veste uma roupa para transparecer seu estado de espírito ou projetar o estado de espírito que você gostaria de estar, alcançar isso. É pra te ajudar a buscar uma coisa a mais, uma autoestima”.

“Várias roupas não entram”

Comentamos que ela está linda e voltou muito rápido ao corpo de antes da gestação. “Na verdade, ainda estou no processo. Três quilos grudaram em mim com um amor que não querem desgrudar mais. Não sei se algum dia vou voltar ao meu antigo peso… Me olho no espelho hoje e me sinto muito bem. Todas as minhas amigas falam que eu já voltei, mas a balança prova que não. Não é que não queira assumir, é um fato: várias roupas não entram. Acho que aconteceu uma mudança de estrutura corporal mesmo. Nunca tive quadril, hoje está bem maior… É um jeito novo, então estou me redescobrindo. O que eu me sentia confortável antes, as calças que eu gostava de vestir, hoje em dia estão apertadas, difíceis, chatas… Então estou usando mais saias larguinhas. É questão de entender a forma de me vestir com esse corpo novo…”

“É uma gente chata num grau…”

Por falar no assunto, Mariana, que sempre foi conhecida por sua simpatia, muito querida por todos, experimentou ataques de haters depois da maternidade, algo que não estava acostumada. Tomou um susto com isso? “Não ligo muito. Mas começaram a me encher o saco e a de certa forma suspeitar ou deduzir que eu estava tomando remédio para emagrecer. Como eu poderia comer tanto bolo, chocolate e hambúrguer e já estar magra? ‘Ah, deve estar tomando bola, isso não existe’. Geralmente não respondo, mas senti necessidade de explicar porque de certa forma a gente influencia as pessoas. Não queria que ninguém achasse que eu como tudo isso e depois me drogo para não engordar. Senti vontade de esclarecer. Não como bolo todo dia. Quando como, é o da minha funcionária, por quem tenho um apreço gigantesco, a gente fuça na internet, cria receita junto, e depois mostro porque quero valorizar a Neide. É só por isso, porque sei que ela fica feliz. Não me alimento de bolo na veia. Treino todo dia, por exemplo, mas não mostro porque não entendo de treino, não sei se está certo. Não sou musa fitness, não é meu interesse e não entendo disso. É uma gente chata num grau…”

“Se todo mundo consegue, falhei”

Por falar nas redes sociais, Mariana ficou triste com os posts que invadiram o Instagram durante a campanha “Semana da Amamentação”. E ela explica o porquê. “A amamentação foi muito difícil mesmo pra mim. Minha filha nasceu com uma sucção imatura. Não era o freio de língua. A linguinha sugava, mas não drenava. Não saía. Tentei com sonda, com copinho, de todas as maneiras. Era um estresse pra mim e pra ela. Até que foi para a mamadeira. Já tomou complemento [fórmula] no segundo dia de vida porque teve uma hipoglicemia maior do que o normal… Só teve alta tomando complemento. Enfim… Vários tabus que as mulheres deveriam dividir mais e guardam pra si, às vezes por vergonha ou por pura vaidade, ou por medo de não estar conseguindo suprir a própria cria… Eu fiquei com essa sensação: se todo mundo consegue e eu não estou conseguindo, falhei”.

“Bem longe de ser uma sororidade genuína”

“Quando fui pesquisar, a maioria das pessoas não consegue, só que não divide isso… As mulheres pregam uma sororidade, uma irmandade feminista, como se fosse uma coisa orgânica, e não é. É um exercício pra nossa geração. Foram tantos anos na obscuridade que hoje a gente prega um discurso superbacana, mas na prática está bem longe de ser uma sororidade genuína. Me senti completamente desamparada, inclusive pelas minhas grandes amigas. Ninguém fala sobre isso. E não é por mal. Elas não querem te atacar ou te apontar o dedo. Simplesmente ignoram esse fato”.

“Foi um grande sofrimento”

“Recentemente teve a semana do aleitamento materno e todas postando fotos com o filho no peito. Gente, não tive isso! E não foi porque eu não quis dar o peito! Eu não consegui, minha filha não mamou no meu peito e isso é uma frustração gigantesca pra mim. Tentei de todas as formas e foi um grande sofrimento. Aí todo mundo posta como se fosse a coisa mais natural do mundo… Não me senti nada representada ali. Ordenhava igual a uma vaca pra tirar e dar na mamadeira… Ninguém fala sobre isso, não consigo entender. O que passa na psique feminina que a mulher tem necessidade de esconder esse tipo de coisa? É a culpa? Não existe essa troca… Agora eu tenho várias amigas grávidas, digo que não quero ser o terror da vida delas, mas eu falo… Elas estão preocupadas com o parto… O parto não é nada. ‘Se prepara para a amamentação’, eu digo”.

“Eu tinha medo de me arrepender e não poder voltar atrás”

Quer mais sinceridade? “Eu morria de medo de ser mãe. Da maternidade em si. É que é um status permanente na vida da mulher, e isso me assustava. Não existe ex-mãe. Deus me livre, se algo acontece com seu filho, você não vai ser ex-mãe, vai ser uma mãe que – ai, não quero nem falar… Essa permanência me apavorava. Quando aconteceu a gravidez, pensei nisso e tentei ser muito…. Como posso explicar? Tentei ser bem racional em relação às minhas limitações. Eu tinha medo de me arrepender. De pensar: e agora? Não poder voltar atrás… Mas aí vem o tal do amor incondicional, uma sensação que você não consegue explicar com a razão. Antes eu ponderava, hoje não consigo me imaginar sem a Theresa. Lembro da minha vida antes da minha filha, sim, e foi muito bem vivida, mas hoje a Theresa faz todo sentido. É tudo tão louco que é difícil explicar. Então é desverbalizar… Tudo que a gente fala fica aquém da sensação”.

“Já tenho vontade, sim”

Vencida essa montanha russa de sentimentos, encara uma segunda gestação? “Já penso nisso! Já estou conversando [com o marido]. Não estou liberada ainda, mas já tenho vontade, sim. Quer dizer que no final fica tudo bem”.

“Estou priorizando a grande aventura de ser mãe”

Sobre voltar ao trabalho… Sente saudade da rotina profissional? “Estou voltando aos poucos… Estou bem tranquila. Fiz um documentário sobre maternidade que foi ao ar no GNT, um projeto que eu amei fazer… O ‘SOS Salvem o Salão’ está reprisando, ainda não sei quando começam as gravações da nova temporada, mas, sinceramente, estou amando essa pausa. Assim consigo curtir a Theresa, é uma fase que não volta mais. . Ontem ela comeu papinha pela primeira vez, foi uma zona. Mas ela é draga, puxou a mãe, gosta de comer. Me mandaram contar as colheradas para anotar no álbum. Colherada? Comeu o potinho inteiro!”

E de fazer as programações, sair como antes, sente falta? “Estava falando com a enfermeira que me ajuda… Hoje em dia consigo sair, mas… Ah, não é culpa, não tenho culpa, mas é que eu tenho vontade de ficar com a minha filha. Ela dorme 18h30. Não marco nada nesse horário porque gosto de bota-la pra dormir… Consigo fazer as minhas coisas, mas prefiro estar com ela”.

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