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Márcia Tiburi || Créditos: Divulgação

Márcia Tiburi passou pela Casa Glamurama nessa semana para participar do “Que Loucura é Essa?”, com Joyce Pascowitch. E a gente, claro, correu para também ter um bate-papo com a escritora, que falou um pouco sobre seu último livro “Como Conversar Com um Fascista”, lançado em novembro, que já está sua sexta edição e foi publicado em 11 países. Márcia, que também é professora de Filosofia e grande defensora da causa feminista, abordou o tema, ressaltando o novo momento positivo do movimento. Espia só os trechos da nosso conversa!

Como conversar com um fascista?

“O Livro surpreendeu muita gente porque há uma crença que os brasileiros são conservadores e autoritários, e talvez a gente realmente seja, mas existe também muita gente democrática e com desejo de pensar melhor. A motivação foi justamente uma pesquisa. Eu comecei a observar a cultura brasileira, a midiática, a politica, a pop e a cotidiana e fiz reflexões sobre o cotidiano autoritário; eu tentei refletir sobre a sua formação e direção, como nós nos constituímos como personalidades autoritárias, desde o político fascista até o apresentador de televisão ou um familiar. As pessoas que interromperam a sua capacidade de se abrir com o outro, aqueles que não querem ou conseguem escutar o outro. Foi com a intenção de fazer a gente refletir sobre a formação da personalidade autoritária e as potências de um personalidade democrática que neste momento estão bem evidentes entre nós.”

A nova cena do feminismo 

“O feminismo vive um momento interessantíssimo em função de uma hiper-difusão. As pessoas perceberam que o feminismo é uma maquina de protagonização, então as mulheres veem a cena política como feminista, o simples fato de dizer “eu sou feminista” politiza a pessoa, a colocando na cena pública como um sujeito de direitos. Digamos que no território da despolitização a pessoa vive ausente, como se não existisse, como se você não tivesse voz, e para as mulheres isso é muito importante porque historicamente esse foi o lugar que elas sempre ocuparam, um lugar de silêncio, reclusão, proibições, opressão, repressão. O poder sempre esteve na mão dos homens e as mulheres sempre ficaram alienadas. Hoje o feminismo surge como uma autorização para a politização da condição feminina e por isso as jovens aderem com tanta facilidade. Elas perceberam que só poderão ser seres políticos, cidadãs com direitos, se elas operarem justamente pelo caminho da politização. E a novidade é que agora temos as redes sociais a nosso favor, como um caminho fácil para se expressar politicamente. E, claro, existem as expressões mais diversas, das razoáveis até as mais irracionais, mas isso faz parte da democracia. O feminismo surge entre nós de um modo muito autêntico, uma atitude que traz toda compreensão histórica, como se, de repente, por intuição, séculos e séculos de história eclodissem uma verdade instantânea na voz dessas jovens que se expressam pela rede. Isso é o empoeiramento, tomar para você o que é da ordem do poder, da ordem pública, dos direitos básicos.”

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