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Por Manuela Almeida

Marcelo Sommer está prestes a voltar para a a marca Do Estilista, depois de um hiato de dois anos. Glamurama foi atrás de Sommer para saber as novidades e o resultado foi um bate-papo sincero sobre o mercado a moda no Brasil, o futuro do fast fashion por aqui e o retorno à semana de moda paulistana

Por que você decidiu voltar com a marca Do Estilista? “Nesses últimos dois anos eu fiquei recluso para focar no meu trabalho e me estruturar melhor. Era para eu ter voltado à marca no inverno agora, mas foi um pouco em cima da hora, então achei prudente esperar até o verão. A minha intenção é voltar e não parar de fazer.”

O  seu estilo mudou muito desde que fundou a marca? “Sim, eu estou mais maduro. O que é uma consequência da evolução profissional. Trabalho 23 anos com isso. Mas o que mudou do Sommer para a Do Estilista é que os desfiles ficaram bem mais artísticos.”

Você acha que a sua marca ficou mais comercial? “Eu me vejo como um prestador de serviço da moda; eu trabalho com o que me  pedem. Nos últimos dois anos, trabalhei no Extra lançando roupas para a rede de hipermercado. As peças tinha só um perfume de moda. Se eu morasse em Paris e participasse da Semana de Alta-Costura, aí sim eu poderia fazer fantasia – o sonho de qualquer estilista.”

Por que a decisão de voltar a desfilar na semana de moda paulistana? “Eu entendo o evento como uma grande plataforma para divulgar o meu trabalho. É o mais sério e importante de moda que tem no país. Eu estou nele desde a terceira edição, antes com a marca Sommer e depois com a Do Estilista. Eu adoro fazer parte dela, sinto muita falta.”

Podemos esperar surpresas em seus desfiles, como acontecia antigamente? “Sim, vão ter alguma surpresa. Mas não pretendo chamar um convidado especial para desfilar, o foco será a roupa, o acabamento e modelagem.”

É difícil ter uma marca no Brasil? “É difícil, mas como eu trabalho com isso há muito tempo, eu já sei o que eu quero da minha vida e o que eu não quero. Por exemplo, não quero uma marca maior do que eu, como um dia já foi. Eu quero só vender pelo e-commerce e multimarca. Não pretendo ter loja própria de novo.”

Voltando a trabalhar na Do Estilista você vai continuar a criar para outras marcas? “Sim, mas nada relacionado a roupa. Já tenho projetos fechados até 2015.”

Você acha que a tendência de comprar roupa fast fashion é passageira? “Não acho que é modismo. O mundo sofre uma crise. As pessoas tem menos dinheiro para comprar roupa, então buscam peças com preços acessíveis que ainda têm uma informação de moda, mas sem muita afetação. Eu mesmo sou um dos pioneiros em trabalhar com fast fashion. Em 2006, trabalhei na C&A durante um ano, com o cargo duplo de consultor e estilista. Já em 2010, fui para Riachuelo e agora e em 2012 e 2013 no Extra que nem fast-fashion é.”

Os estilistas estão fazendo parcerias com fast fashion por que é o caminho mais fácil de lucrar? “Eu acho que é uma via de mão dupla. É bom para a marca e muito bom para o estilista. Se ele não consegue distribuir roupas por todo o país, a rede de fast fashion pode ajudar. As coleções feitas para a marca alcançam várias regiões, o que é muito bom.”

Então por que as marcas de luxo se interessam tanto em fazer parcerias com redes de fast fashion? “As empresas de fast fashion divulgam o nome da label, eles distribuem o conceito da marca”. 

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