Marcella Rica está na estrada há tempos. Tudo começou de assistir à aula da amiga, e também atriz, Lorena Comparato. Mesmo sem nenhuma pretensão de seguir na carreira, o destino fez com que ela se envolvesse de vez quando, aos 13, se tornou apresentadora do quadro do Fantástico “Aí, Se Liga”. Desde então, vários trabalhos foram surgindo até a 19ª temporada de Malhação, em que ela interpretando Babi.
Mas foi com Jéssica, de “A Lei do Amor”, que a carioca de 28 anos conquistou de vez o público. “Acho que foi o trabalho com mais discurso até aqui. Relação com a mãe, falta do pai, estupro, violência contra mulher, redenção após uma vida de mentiras e ainda uma pitada de comédia… ‘Foi uma experiência muito especial e ao lado de profissionais maravilhosos’, disse a atriz ao Glamurama.
Atualmente, Marcella está no elenco da série “As Filhas de Eva”, da Globo, ainda sem previsão de estreia. E investindo seu tempo durante a quarentena em sua produtora de conteúdo: “A Rica Conteúdo existe há três anos, estávamos em um momento de expansão, então foi preciso repensar algumas estratégias, mas estamos todos produzindo em home office”.
Do isolamento social ao lado da namorada, Vitória Strada, que conheceu por meio de amigos em comum, Marcella revela que a ansiedade tem feito parte do dia a dia das duas nesse momento difícil. “A gente trabalha muito e era sempre uma dificuldade conciliar as agendas. Claro que seria muito melhor se não estivéssemos sentindo essa angustia por tudo que está acontecendo do lado de fora”, revela. A seguir, confira nosso papo e conheça um pouco mais sobre a atriz que ganhou o coração da musa Vitória Strada! (por Jaquelini Cornachioni)
Glamurama: Você já tem 15 anos de carreira como atriz. Quando e como começou?
Marcella Rica: Entrei no Teatro Tablado com 10 anos, sem pretensão. Fui assistir à aula de uma amiga (Lorena Comparato) e achei tudo incrível demais, mas nem cogitava ser atriz. Lá, fui sendo chamada pra testes por produtores de elenco que iam assistir às aulas e peças de fim de ano. Fiz um curta, algumas peças e, aos 13, a Marcela Amodio, produtora do Fantástico, foi lá em busca de um casal pra apresentar um quadro no programa: “Aí, se liga”. Acabei fazendo o quadro sozinha e ele ficou no ar por um bom tempo. Foi meu primeiro contrato na TV e uma experiência muito legal. Era repórter de rua, a equipe era sempre a mesma, então era quase uma segunda família que eu amava encontrar depois do horário da escola (risos). Continuei no Tablado e, na sequência, lá conheci a Dani Ciminelli (produtora de elenco), que me apresentou para o Lu Rabelo e assim as coisas foram surgindo.
G: Todos os trabalhos são muito importantes na vida de uma atriz, mas, ao longo desses anos, qual personagem mais te marcou?
MR: Sem dúvida, a Jéssica de “A Lei do Amor”. Acho que foi o trabalho com mais discurso até aqui. Relação com a mãe, falta do pai, estupro, violência contra mulher, redenção após uma vida de mentiras e ainda uma pitada de comédia… Foi uma experiência muito especial e ao lado de profissionais maravilhosos. Contracenar com a Claudia Raia é algo que a gente leva pra vida toda. E no teatro, “Desdêmona”. Eu tinha apenas 16 anos, nenhuma experiência na profissão ou na vida (risos), mas foi o que me fez escolher seguir esse caminho. Trabalhar e aprender com o Diogo (Vilela) também é pra vida toda.
G: Você acaba de gravar a série “As Filhas de Eva”. Pode nos contar mais sobre esse projeto?
MR: Foi um presente muito bonito. Fazer parte de uma série que aborda temas tão importantes, sobre mulheres e ao lado de mulheres tão incríveis, a gente só pode chamar de presente. Eu não posso falar ainda da personagem, por estar ligado à trama principal, mas foi puro privilégio.
G: E sua produtora de conteúdo? Como está sendo com a paralisação total por causa da pandemia?
MR: A Rica Conteúdo existe há três anos, estávamos em um momento de expansão, então foi preciso repensar algumas estratégias, mas estamos todos produzindo em home office. Não gravamos nada que não seja produto, não estamos recebendo pessoas. E como a maioria das aprovações de vídeo/arte são feitas online, estou criando possibilidades e projetos pra continuar trabalhando sem contato físico.
G: E como tem lidado com o isolamento social?
MR: Bastante ansiedade, mas focando em buscar soluções para o trabalho e manter o equilíbrio. Não sabemos até quando estaremos em isolamento, então é importante desenvolver uma rotina saudável e buscar um ponto de equilíbrio. Temos que lidar com o medo, com a angústia de estar isolada, com formas para desenvolver soluções profissionais. São muitas questões para lidar e vai depender de nosso ponto de vista e como a gente se propõe a olhar para toda essa situação.
G: Você e a Vitória Strada estão juntas na quarentena, como tem sido esse convívio intenso?
MR: Muito bom. A gente trabalha muito e sempre tínhamos muita dificuldade em conciliar as agendas. Agora estamos bem juntas. Claro que seria muito melhor se não estivéssemos sentindo essa angustia por tudo que está acontecendo do lado de fora. A gente reza pra que isso tudo passe logo e o mundo saia melhor e com mais empatia de tudo isso, mas sem dúvida quando isso acontecer – espero que seja logo – vamos valorizar esse tempo de isolamento.
G: Vocês já moravam juntas?
MR: Já, pouco tempo antes de tudo isso começar.
G: Como é o dia a dia de vocês no isolamento?
MR: Eu trabalho bastante, ela faz vídeos, desenha… Assistimos filmes e séries. Falamos com a família, cuidamos da casa e buscamos formas de ajudar, divulgar o que precisa ser divulgado nesse momento.
G: E as tarefas da casa? Quem cozinha, quem lava a louça e outros afazeres do lar?
MR: Não temos uma regra de divisão. A gente vai se ajudando e tem funcionado bem. Normalmente definimos um dia pra limpar a casa juntas e no geral o resto vai fluindo.
G: Pensam em fazer algum projeto artístico juntas?
MR: Sim, estamos amadurecendo isso aos poucos. A gente tem feito alguns vídeos e fotos na quarentena, acredito que no momento certo um projeto maior vai aparecer. E claro que seria uma delícia contracenar com ela um dia também. Quem sabe?