Salve, salve. Chico Buarque voltou aos palcos e mostrou que continua afiado para a nossa alegria. Na noite dessa quinta-feira, o artista apresentou o primeiro espetáculo da turnê “Caravanas”, título de seu último álbum, em São Paulo. A plateia do Tom Brasil reuniu mix de nomes como Criolo, Frei Betto, Ana Claudia Michels e Augusto Arruda Botelho, Zé Celso e Vanessa da Mata, para citar alguns. Chico estava ausente dos palcos desde 2012, hiato costumeiro entre suas turnês, e o público da capital paulistana estava com saudades.
Glamurama estava lá, claro, e viu que, aos 73 anos, a disciplina e foco do artista seguem intocáveis e apesar das expectativas serem altas, ele se manteve confortável e bem mais soltinho que de costume. E quem pensou que ele pudesse ficar receoso com possíveis ataques políticos, como aconteceu no Rio, em dezembro de 2015, se enganou.
Ao voltar para o palco para o BIS depois de cerca de 1h40 de show bastou dar os primeiros acordes de “Geni e o Zepelim” para o coro puxar “Fora Temer”. Depois ele deu sequência à música e seguiu com “Futuros Amantes” e “Paratodos”, despedindo-se de uma plateia hipnotizada por seus tímidos passos de forró. Só amor!
Chico se apresentou com sua banda de sete músicos. A única novidade desta turnê é a entrada de Jurim Moreira, baterista que substitui Wilson das Neves, que morreu em agosto de 2017 e foi homenageado por Chico que, todo prosa, colocou um chapéu Panamá e mandou um “Saravá, chefia!” se referindo ao amigo. Outro momento de muita interação com a plateia – em se tratando de Chico, que nunca escondeu um certo pânico de se apresentar ao vivo – rolou quando ele terminou de tocar “Massarandupió”, música que marca sua primeira parceria com o neto, Chico Brown. O cantor explicou que o nome era na verdade um destino de férias onde seus netos iam quando pequenos e agradeceu ao Chico da nova geração, mesmo não estando ao show: “Essa música foi feita com meu mais amado neto Chico Brown.”
A cenografia da turnê “Caravanas” é assinada pelo expert Hélio Eichbauer e iluminação de Maneco Quinderé. O palco é tomado por cordas que movimentam o cenário tendo como destaque um único objeto circular flutuante e jogo de luzes que varia ao longo de toda a apresentação. Tem que ir!
Os valores dos ingressos para os shows em São Paulo, que seguem até o dia 22 de abril e já estão com várias datas esgotadas, variam de R$ 200 (cadeira alta parcial) a R$ 490 (Setor 1 e Camarote A) e estão à venda pelo site www.ingressorapido.com.br De 17 a 20 de maio, Chico leva o espetáculo a Salvador.