Por Thayana Nunes para a revista J.P de janeiro
“O Teo sempre brinca, esse é o sofá da mamãe. A gente se joga!” O papo com Fernanda de Goeye não poderia ter começado diferente. Vivendo uma fase mais tranquila, é em casa e na companhia do filho de 5 anos, de seu casamento com Augusto Arruda Botelho, que a estilista revela amar passar seus dias. Em um clima sem frescura – e sem sapatos – ela posa para J.P e conta sobre o apartamento em que mora há três anos. O espaço de 200 metros quadrados fica em um prédio assinado por Pedro Paulo de Mello Saraiva, no Jardim Paulista, e é considerado um marco da arquitetura modernista.
“Quando entrei aqui e me deparei com essa vista não tive dúvida”, começa Fê, como é chamada pelos amigos. Impossível discordar: estamos diante de todo o verde do Jardim Europa e um paredão de prédios é avistado só ao fundo. Comparar com o visual do Central Park, em Nova York, é inevitável. A anfitriã, que já viveu na cidade americana, confessa que sentiu o mesmo. “Tive muito essa sensação. Procurei apartamento nos Jardins, mas ali você fica fechado, sufocado com aquele monte de edifícios. Tenho a sorte de ter um enorme jardim lá fora.”
Do lado de cá dos janelões, presentes desde a cozinha, passando pela sala de estar até chegar aos quartos, é a luz natural o motivo de toda a satisfação. É ela que dá aconchego para a decoração escolhida por Fernanda, que mistura detalhes em tons suaves com a imponência de cores escuras, como o preto do piso e das portas, o cinza das paredes e o concreto aparente do teto. “Gosto de mesclar esse clima masculino e feminino”, diz ela, que tem na decoração uma de suas paixões – até pensou em se aventurar na área assim que a Raia de Goeye, sua marca com Paula Raia, acabou em 2010. “Na verdade são os mesmos princípios. Moda e decoração falam de lifestyle. Você mexe com uma cartela de cores, desenha as roupas de acordo com o clima e o país em que vive. E a casa é o começo disso tudo.”
É dessa maneira que Fernanda imprime seu estilo único também em seu modo de vida. Confessa que foi com as dicas do amigo e arquiteto Felipe Diniz, e da mãe, Yvone, sua fiel consultora, que conseguiu reunir em um mesmo ambiente o sofá rosa claro de veludo da Micasa, uma estátua de cachorro comprada na Conceito: FirmaCasa, leques da bisavó emoldurados e uma luminária em forma de diamante do designer Ara Vartanian. Assim como uma letra T gigante, homenagem ao filho Teo. Tudo muito harmônico e no seu lugar, como defende Fernanda: “Todos os cantos precisam ser usados e os objetos, uma utilidade”, afirma.
Mas a tranquilidade que encontrou nos últimos anos vai dar lugar a um 2016 agitado. Depois de se dividir dando consultorias de marketing e estilo para etiquetas como Adriana Degreas, ela volta ao universo fashion com a De Goeye, marca que lança ao lado das irmãs Renata e Claudia. Com estreia prevista para outubro, o anúncio desse retorno causou fervor. “Nesses cinco anos não teve um só dia que não me perguntaram se eu ia voltar ou não a ter uma marca só minha. Acho que é a hora.” Se depender do bom gosto de Fernanda, a nova empreitada terá sucesso garantido.
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