O foco principal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é derrotar o bolsonarismo nas eleições municipais deste ano e no pleito de 2022. Em entrevista à agência Reuters, ele disse que está disposto a apoiar qualquer candidato que tenha compromisso com o povo trabalhador e contra o presidente Jair Bolsonaro. “Não precisa ser do PT. Se for um candidato do PDT, do PCdoB, do PSB, do PSOL que estiver na disputa em que o PT não esteja, o PT não terá nenhuma dúvida de apoiar qualquer candidato progressista”, afirmou.
Ao que tudo indica, será exatamente isso que o ex-presidente precisará fazer, ao menos nas eleições municipais de São Paulo. Sem candidatura forte para a prefeitura da capital, o partido de Lula aposta no ex-deputado federal e ex-secretário de Transportes Jilmar Tatto para o cargo. No entanto, pesquisas mostram que o nome de Guilherme Boulos (PSOL) está aparecendo cada vez mais perto do prefeito Bruno Covas (PSDB), favorito à reeleição. Além disso, começou a surgir uma nova “ameaça” ao campo progressista: um possível apoio de Bolsonaro ao deputado federal Celso Russomanno (Republicanos).
Caso Russomanno se firme nos primeiros lugares das pesquisas e como candidato do presidente, no segundo turno será colocada uma aliança inédita em São Paulo, incluindo forças que dificilmente marchariam juntas se não fosse a aversão ao bolsonarismo. Com Covas ou Boulos como adversário do deputado federal, Lula e PT certamente estarão dentro do grupo progressista.
Concorrerão ao cargo de prefeito de São Paulo: Celso Russomanno (Republicanos), Bruno Covas (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Márcio França (PSB), Arthur do Val (Patriota), Joice Hasselmann (PSL), Andrea Matarazzo (PSD), Filipe Sabará (Novo), Jilmar Tatto (PT), Levy Fidelix (PRTB), Marina Helou (Rede), Orlando Silva (PCdoB) e Vera Lúcia (PSTU).
(Por Giorgia Cavicchioli)